"Temos que relativizar. Imagino que são manifestações contra a não concretização das ambições que cada um tem, ambições fortes, há quem tenha ambições menos fortes, há pessoas que veem o país com mais realismo, outras têm uma dose de utopia mais forte, mas é sempre legítima qualquer expressão de descontentamento", disse Jorge Carlos Fonseca.
O chefe de Estado reagia, em declarações aos jornalistas, às manifestações que aconteceram ontem no país, no dia do 43.º aniversário da independência nacional, sob o lema "basta" às "fomes" actuais.
Jorge Carlos Fonseca disse que se pode discutir o momento para a realização de manifestações, mas reconheceu ser "natural" que em "períodos de dificuldades haja segmentos da população muito satisfeitos, outros menos satisfeitos, outros muito insatisfeitos e que se possam se exprimir livremente".
"Sou o primeiro a ser muito ambicioso para Cabo Verde. Tenho uma ambição tremenda, mas devemos também ter a consciência do país que temos e das conquistas que alcançámos e que são muitas", prosseguiu o chefe de Estado, à saída da sessão solene comemorativa do aniversário da independência.
Algumas centenas de cabo-verdianos manifestaram-se esta quinta-feira, 5 de Julho, nas duas principais cidades do país, no dia do aniversário da independência, para dizer "basta" às "fomes" de saúde, transporte, segurança, emprego e exigem soluções.