Alcides Graça falava hoje, em conferência de imprensa, numa reacção que surge depois do posicionamento do presidente da Câmara Municipal e da presidente da Comissão Política Concelhia do MpD, em São Vicente, que atribuíram ao PAICV a responsabilidade pelo cancelamento do processo de aprovação do diploma na especialidade.
“Todos os cabo-verdianos que não vivem na cidade da Praia sentem o efeito da centralização exagerada na capital do país, que cria assimetrias regionais e que é prejudicial para o país. O que é preciso é analisar com responsabilidade e seriedade política quais foram as razões para o projecto de lei não ter passado na Assembleia Nacional e não tentar tirar dividendos políticos desta situação que não ajuda em nada”, afirma.
O PAICV em São Vicente entende que a culpa pelo cancelamento da proposta de lei de criação das regiões administrativas é de todos os partidos que estiveram envolvidos no processo.
Alcides Graça defende que é preciso priorizar aquilo que é estratégico para o país.
“Acho que há um consenso geral de que o actual sistema de governação está esgotado, toda a gente tem essa noção e essa consciência que a centralização excessiva na capital do país já deu o que tinha a dar. Portanto, é preciso urgentemente avançar para um outro modelo de administração do país e a regionalização dá resposta a isso", comenta.
"[O processo da regionalização] foi mal conduzido, os consensos não foram conseguidos antes da lei ir para o parlamento, tudo isso são aspectos que devem ser melhorados. O PAICV é a favor da regionalização e tudo faremos para que avance”, assegura.
A proposta da regionalização foi aprovada na generalidade no dia 26 de Outubro. O processo de aprovação na especialidade da lei da regionalização não foi concluído na segunda sessão plenária de Março. Voltou, depois, a estar na agenda dos trabalhos, na primeira sessão de Abril, mas a iniciativa acabou cancelada pelo governo, por falta de consenso numa matéria que exigia dois terços.