Maria Trigueiros entende que o PAICV nunca foi a favor da regionalização.
“Foi sem grande surpresa, mas com alguma estupefacção, que assistimos, na passada sexta-feira, dia 12 de Abril, à recusa do PAICV em colocar-se do lado dos interesses do país, contribuindo com o seu voto para a aprovação da Proposta de Lei da Regionalização. Na verdade, o PAICV sempre se posicionou contra a regionalização e a prova foram os diferentes argumentos apresentandos ao longo do processo, para obstaculizar. Ao PAICV cabe assumir todas as suas responsabilidades perante os cabo-verdianos”, entende.
Para a Comissão Política Regional do MpD, oportunidades não faltaram para o PAICV se sintonizar com as necessidades do país. Maria Trigueiros considera que Cabo Verde perdeu uma grande oportunidade de resolver o problema da centralização.
“A oportunidade de dotar o país de um instrumento que venha, de facto, ajudar a dirimir os problemas candentes, resultantes da concentração e centralização do poder na capital, o verdadeiro ‘calcanhar de Aquiles’ que vem afectando negativamente a vida das pessoas, de há décadas”, afirma.
A proposta do MpD, para criação de regiões administrativas, foi aprovada, na generalidade, no Parlamento, no dia 26 de Outubro de 2018, com votos favoráveis de toda a bancada da maioria, de dois deputados da UCID e dois do PAICV.
Na primeira sessão de Abril, após o chumbo dos artigos 6º e 7º, durante a votação na especialidade, o Governo pediu ao presidente da Assembleia Nacional, Jorge Santos, o cancelamento da votação. Com esta decisão, fica adiada, sem nova data, a discussão e a votação da legislação que deveria criar 10 regiões administrativas.