Pela voz do deputado João Gomes, o partido que suporta o Governo foi mais longe e acusou o maior partido da oposição de falta de argumentos e ausência de ideias que sirvam de alternativa às do actual Governo.
“Em desespero e consequentemente em desnorte total, a oposição tem recorrido a um discurso de clara banalização da política”, acusa.
“Hora aqui, hora ali, a liderança do PAICV tem lançado ataques ferozes a tudo quanto o Governo faça. A falta de argumentos que o credibiliza junto da sociedade não hesita em fazer uso da demagogia e do populismo para buscar afirmar-se à imagem de uma náufraga à guarda de um pau que a ponha a salvo das intempéries que anda a criar”, entende.
João Gomes afirma que a situação herdada pelo Governo do MpD em 2016 reclamava por soluções realistas e corajosas, nomeadamente no que diz respeito aos transportes aéreos e marítimos, à dívida pública, ao crescimento económico e ao desemprego. O deputado fala em progressos nas mais diversas áreas, que, diz, o PAICV nega a reconhecer.
“O PAICV, pelas mãos da sua líder, não se dá por convencido. Ao invés de reconhecer os progressos em tão pouco tempo conseguidos por Cabo Verde, faz-se de surdo e mudo, procurando, na lógica do bota-abaixo, enlamear os caminhos até agora percorridos por este Governo”, diz.
Para o MpD, o PAICV está ansioso com o aproximar da temporada eleitoral, e está a fazer tudo para voltar ao poder.
Em resposta, o líder da bancada parlamentar do maior partido da oposição entende que há uma estratégia clara de destruir a liderança do PAICV. Rui Semedo considera que o MpD quer condicionar a oposição democrática.
“Primeiro, nós notamos, e isso não é de hoje, uma estratégia clara de destruir a liderança do PAICV, neste caso a sua líder. Segundo, há uma perspectiva de condicionar o exercício da oposição democrática. A maioria queria ter uma oposição dócil, que não dê combate político e que silenciasse as acções e os desmandos da maioria”, afirma.
O responsável político diz que as questões levantadas pelo PAICV dizem respeito a processos com “falta de transparência”, e sobre os quais o Governo negou prestar informações.
“Levantamos aqui algumas posições com relação à TACV, aos transportes marítimos e com relação a algumas outras questões. Nós dissemos que não havia transparência, informações, e não estava a ser acautelado o interesse público nacional. A maioria escusou a fornecer as informações, mesmo em sede do parlamento. O que é que queria que nós fizéssemos? Acreditar piamente sem nenhuma informação?”, questiona.