Para o PAICV a resolução do conflito que opunha o Estado à PT Ventures significa uma "oportunidade ímpar para a completa reconfiguração do sector", como referiu, hoje, em conferência de imprensa, Jorge Lopes.
Para este membro do Conselho Nacional do PAICV agora "é preciso adaptar o Sector às exigências e aos requisitos da nova era de transformação digital, em que as telecomunicações se tornam cada vez mais veículos importantes das tecnologias digitais".
No entanto, assegurou, o governo "não pode dizer que herdou um problema, um desafio para o qual teve de encontrar uma solução ou que não foram encontrados parceiros interessados", uma vez que, alega Jorge Lopes, após a extinção do acordo parassocial com a PT Ventures, em 2014, o governo já teria identificado "nos termos definidos no acordo" com a empresa portuguesa, "um possível e potencial cessionário" para os 40% das acções que tinham estado em mão da PT Ventures e da Oi.
A identificação deste parceiro levou Jorge Lopes a questionar: "As negociações falharam? O actual Governo, saído das eleições de Março de 2016, entendeu não dar continuidade ao processo iniciado?"
Também o papel da Agência Reguladora Multisectorial para a Economia é questionado pelo PAICV que diz desconhecer qualquer intervenção desta entidade em todo o processo.
INPS e ASA compram participação da PTVentures na CVTelecom
Os 40% do capital da CVTelecom que até agora estavam nas mãos da PTVentures foram adquiridos pela ASA e pelo INPS chegando assim ao fim o conflito que opunha o Estado e a empresa portuguesa que tinha tido início em 2014, com a suspensão unilateral do contrato parassocial assinado em Março de 2000 com a PT Ventures.
Quanto à declaração de Olavo Correia que disse que esta é apenas uma solução temporária e que as acções agora compradas pelo INPS e pela ASA serão depois alienadas levanta questões ao maior partido da oposição. "Pretende o Governo que a solução encontrada seja transitória e espera vender essas participações a um parceiro tecnológico, parceiro esse que, conforme diz o próprio Governo, terá procurado antes da decisão de reestatização, mas sem sucesso. Por isso mesmo, é importante esclarecer o real papel e a função do INPS e da ASA neste processo", apontou Jorge Lopes.