​UCID aplaude proposta mas questiona capacidade do Estado em subsidiar imóveis do “Casa para Todos”

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,3 set 2019 13:11

António Monteiro
António Monteiro(Rádio Morabeza)

A UCID congratula-se globalmente com a hipótese de subsidiação das casas não vendidas no âmbito do antigo projecto habitacional “Casa Para Todos”. Os democratas cristãos questionam se o Estado tem capacidade financeira para arcar com este encargo.

Em conferência de imprensa, proferida hoje, em São Vicente, o presidente do partido, António Monteiro, alertou que sem uma engenheira financeira bem montada, a medida pode agravar ainda mais a dívida pública.

“Nós consideramos que a medida é boa. A dúvida é se o país terá ou não capacidade para suportar esses mesmos encargos financeiros, porque nós estamos a falar, em primeira mão, de valores que rondarão os 4 a 6 milhões de contos, dependendo do abaixamento do preço que se vier a fazer. Poderemos ainda estar a falar em cerca de 11.496 milhões de contos de prejuízo se alargarmos este leque aos cidadãos que já adquiriram essas habitações”, entende.

A hipótese de subsidiar os imóveis do programa habitacional foi levantada, no dia 28 de Agosto, pela ministra da Habitação, Eunice Silva, na cidade da Praia. A governante falava no final de um encontro entre o Governo e as câmaras municipais do país, no âmbito da implementação do Programa de Requalificação, Reabilitação e Acessibilidades (PRRA).

A subsidiação pode ser a solução encontrada para acelerar as vendas das casas das classes B e C, que têm decorrido de forma muito morosa, devido ao preço dos apartamentos.

O presidente da UCID, António Monteiro, defende que, a avançar, a medida deve ter efeitos retroactivos.

“Aconselhamos o Governo que, a avançar com esta ideia, que se cubra todas as casas das classes B e C, mesmo as que já foram vendidas há dois, três ou quatro anos. Isto por uma questão de justiça social e como precaução para que no futuro, a haver projectos do tipo, as pessoas não fiquem a espera que haja bónus mais tarde”, diz.

Relativamente às casas de classe A, transferidas para as Câmaras Municipais, António Monteiro entende que os critérios de atribuição devem ser melhor divulgados.

“Não queríamos entrar neste pormenor das casas de classe A, porque para nós as coisas aqui estão um tanto ou quanto cinzentas. Nós entendemos que era preciso divulgar, de forma ampla, os critérios de doação dessas mesmas casas”, refere.

Para o presidente da terceira força política nacional, a política de habitação deve ser pensada, tomando-se as medidas necessárias para que o país possa ter capacidade de responder às aspirações das famílias.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,3 set 2019 13:11

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  26 mai 2020 23:20

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