“Ao governo interessa tudo menos o interesse nacional”, diz o PAICV

PorAndre Amaral,9 out 2019 11:27

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A primeira declaração política do novo ano parlamentar foi feita pelo PAICV que criticou os negócios feitos nos sectores dos transportes aéreos e marítimos. Para o maior partido da oposição há um “caos instalado” nos transportes marítimos enquanto, no sector aéreo, o governo está em “manifesto recuo” em relação às políticas adoptadas inicialmente.

"A inconsistência das medidas deste governo e a intransparência desta governação vão ficando cada vez mais evidentes e preocupantes", disse hoje o vice-presidente do PAICV, Nuías Silva, numa declaração política que abriu o novo ano parlamentar.

A declaração feita pelo maior partido da oposição serviu para criticar a forma como os sectores dos transportes marítimos e aéreos foram concessionados e privatizados pelo governo.

"O sector dos transportes é um exemplo claro de que estamos perante um governo a quem interessa tudo menos a salvaguarda do interesse público nacional. Aliado à inconsistência das políticas e à falta de transparência, gritante, nas negociações públicas há um descuido, por completo, da dimensão estratégica do país no desenvolvimento de um sistema de ligação Inter-Ilhas de cargas e passageiros eficaz e eficiente e que sirva, primeiramente, aos cabo-verdianos dentro e fora do país”, acusou Nuías Silva.

Para o PAICV, o governo devia sentir-se obrigado a investir no sector marítimo “para garantir, aos Cabo-Verdianos, serviços de transporte regulares, seguros e a preços justos. Infelizmente o Governo não tem feito isto”.

Os negócios feitos com a Icelandair e com a Transinsular assumem, no entender do vice-presidente do PAICV, contornos ruinosos para o país. Tudo porque, diz Nuías Silva, em vez de investir o governo “prefere a lógica facilitista de entregar tudo, de graça, nas mãos de empresas estrangeiras, sem contratos e sem acautelar o interesse público nacional, relegando as nossas empresas nacionais para um plano de inferioridade, quando o que precisavam era de apoio para assunção, na plenitude, do sector”.

Fazendo um retrato por cada sector, Nuías Silva afirmou que, nos transportes aéreos, o governo está em “manifesto recuo” depois de “perceber que, afinal, as opções” de retirar a TACV do mercado interno e deixar a Binter Cabo Verde sozinha no mercado “não foram as melhores”.

“Passados estes anos de sofrimento e do alto preço dos bilhetes nos voos domésticos, por causa do monopólio privado, vem o MpD reconhecer o erro do desmantelamento do sector doméstico da TACV e retoma as ligações seguindo o mesmo registo: um processo mal explicado, intransparente e sem informações objectivas”, apontou o deputado do PAICV.

Já no sector marítimo “o caos instalado é total”, defendeu. “De um início conturbado e de um processo de concessão envolto em polémicas e acusações de intransparência em toda a linha do processo concursal, o arranque das operações da CV Inter-ilhas veio demostrar e tirar a prova dos nove que a empresa seleccionada não tem know how, não tem dinheiro e, muito menos, aporta mais mercado ao país”.

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Autoria:Andre Amaral,9 out 2019 11:27

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  27 jun 2020 23:21

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