Na sua intervenção, o governante disse que o desafio de gestão e mobilização de água tem sido enorme, mas que os ganhos são visíveis.
“Só nos últimos anos foram instaladas unidades dessalinizadoras para mais de 20 mil m3 [de água] por dia, e realizados investimentos consideráveis em mais 137 metros lineares de rede, mais de 14 mil metros de esgoto, 25 estações de bombagem e 19 reservatórios. Tudo isto servindo cerca de 95 mil cabo-verdianos, num investimento que ronda os quatro milhões de contos”, aponta.
Para o executivo, os resultados alcançados na mitigação dos efeitos da seca que afecta o país desde 2017 são concretos, e mostram que os cabo-verdianos estão a apostar cada vez mais na resiliência. A tutela considera que acertou na resposta e na estratégia de intervenção centrada nas pessoas, assim como na transparência no uso dos recursos mobilizados.
“Pondo foco nas pessoas, sobretudo nas do campo, estou a falar de assistência técnica gratuita aos criadores, estou a falar de 10.300 toneladas de ração distribuídas com bonificação, 157.300 cabeças de gado abrangidas durante dois anos, de 37.300 toneladas de ração distribuídas para o gado, 14.800 criadores contemplados, 100 mil contos disponibilizados em crédito aos agricultores e criadores, um total de 34 mil empregos criados através de obras públicas no município”, enumera.
Entre as medidas adoptadas, Gilberto Silva aponta a isenção de impostos e taxas aduaneiras para materiais de irrigação, medicamentos e alimentos para animais, painéis solares e equipamentos de dessalinização, além da criação de um fundo nacional de emergência. O Governo diz que não poupou esforços para manter os investimentos no sector agrário, um dos mais afectados pela seca.
“Refiro-me à temática da água para agricultura com a instalação de sistemas fotovoltaicos em mais de 40 furos, reabilitação de furos, perfurações, captações, levadas, reabilitação de galerias, realização de projectos hidroagrícolas e reabilitação de sistema de rega. Refiro-me também à promoção da produção através de instalações de sistemas gota-a-gota em parcelas de agricultores, criação de novos perímetros agrícolas irrigados, estudos de cadeias de valor de vários produtos, refiro-me a sessões de formação em alguns domínios, a construção de currais, ao controlo de pragas e parasitas com destaque para os carrapatos nos animais”, refere.
O ministro afirma que a nova narrativa está alinhada com a estratégia de resiliência e adaptação do país às mudanças climáticas, através da reutilização segura das águas residuais tratadas num contexto de economia circular, dessalinização das águas salobras, redução das perdas, o reforço da utilização das energias renováveis na mobilização e distribuição.
Relativamente ao plano de mitigação da seca, orçado em um milhão de contos, anunciado para este ano, Gilberto Silva realça que o documento já foi entregue aos parceiros para financiamento.