Numa declaração política feita no parlamento, o deputado João Santos Luís fala no elevado custo de água e electricidade e diz que o Governo não pode continuar à espera de um milagre.
“No que diz respeito à energia e água, os preços acabam por constituir um impedimento forte para que haja mais implementação de empresas nas nossas ilhas. No entendimento da UCID, o Governo não pode continuar à espera que aconteça algum milagre (...) mas sim agir para que haja outras tecnologias capazes de baratear estes mesmos custos”, defende.
A UCID entende que a redução dos custos de electricidade e água em 30% deve ser o objectivo, caso o país queira fazer a economia crescer de forma robusta e, consequentemente, criar postos de trabalho capazes de garantir salários dignos.
A morosidade, imprevisibilidade no cumprimento dos prazos estipulados para o julgamento de processos, a burocracia na administração pública e dificuldade no acesso ao crédito são outros constrangimentos apontados.
João Santos Luís aponta também a irregularidade dos transportes aéreos, os custos das passagens e o preço do frete marítimo como "proibitivos" ao desenvolvimento económico.
“Infelizmente, até ainda os custos são considerados proibitivos, tanto doméstico como internacional, o que vem dificultando uma maior mobilidade dos cidadãos entre as ilhas e das ilhas para o exterior. No que concerne ao transporte marítimo, ainda o preço do frete e os custos de passagem de mercadorias pelo portos retiram alguma competitividade aos portos”, diz.
Em resposta, o Governo, através do ministro de Estado, Fernando Elísio Freire, afirma que as empresas estão a actuar em condições e num ambiente de financiamento muito melhores do que há dois anos.
“Há hoje mais água e mais energia. O senhor deputado sabe que este Governo introduziu a tarifa social de electricidade, que beneficia 25 mil famílias de baixa renda, que as empresas hoje têm um ambiente de financiamento muito melhor do que tinham há dois anos atrás, que o sector da justiça hoje tem mais recursos disponibilizados pelo Orçamento do Estado”, refere.
No capítulo dos transportes, Fernando Elísio Freire aponta os ganhos conseguidos e fala de capacidade de liderança política e realização.
“Há mais barcos, há mais organização do sector [marítimo], há mais capacidade dos empresários nacionais que trabalharem no sector, por isso é que há mais viagens, mais cargas e mais circulação entre as ilhas. Não é magia, é acção governativa, liderança política e capacidade de realização. Em relação ao transporte aéreo inter-ilhas, o mercado é livre. Agora, nenhum empresário entra num negócio em que vai perder dinheiro. Temos de ser claros, não podemos ser totalmente demagógicos nesta questão”, realça.
Por outro lado, o Governante reconhece que os custos de contexto em Cabo Verde ainda não são os ideais mas promete continuar a trabalhar para que tornar o arquipélago cada vez mais competitivo.