Rui Semedo recorda, por exemplo, o compromisso na edificação dos portos adequados às necessidades do país.
“Sabem claramente do quanto se prometeu nas campanhas, do quanto se fixou no programa do Governo e da minguada execução que se vem registando. Está lembrada da edificação dos portos adequados à necessidade das ilhas, do país e do mundo? Se estiver lembrada diga-nos quantos portos já construiu e em que ilhas podemos visualizá-los. Mas não venha com a história do Porto do Maio, onde de facto se desistiu de construir um novo Porto e está a ter dificuldades em remendar o velho cais”, critica.
O maior partido da oposição questiona a não execução, até agora, dos aeroportos do Maio, Brava e Santo Antão, assim como o compromisso de desenvolvimento da rede de estradas nacionais.
“Onde podemos comprar os bilhetes de passagem e onde podemos apanhar o voo para o novo aeroporto do Maio, ou para os aeroportos de Santo Antão e da Brava? Diga-nos onde ficou encalhado o planeamento de desenvolvimento da rede de estradas nacionais. Está lembrada da ideia de um plano estratégico de transportes e infra-estruturas para uma década a ser executado no quadro da parceria público-privado? Diga-nos onde está esse plano e que obras já foram materializadas”, questiona.
Do lado da UCID, o deputado António Monteiro diz que há uma discrepância entre as promessas e execuções por parte do Governo de Ulisses Correia e Silva.
“Há uma discrepância acentuada e o Governo deve, para cumprir aquilo que prometeu, nos próximos meses que faltam acelerar o processo para que o país possa ter as infra-estruturas necessárias para o seu desenvolvimento”, defende.
Em defesa do executivo, o MpD, através do deputado Alcides de Pina, recorda que estão a ser investidos 1,7 milhões de contos para reabilitar seis mil casas em todos os concelhos do país. Do mesmo modo, aponta uma verba de 1,8 milhões de contos para a requalificação das zonas de barracas.
“Não se trata de números, mas de seres humanos. Cabo-verdianas e cabo-verdianos que até 2021 terão saído de uma situação calamitosa para passar a usufruir de justo conforto. Sabemos também das necessidades habitacionais para 2030. Por isso, foi criada e aprovada a Carta para a Política Nacional de Habitação na qual um conjunto de medidas foram criteriosamente delineadas, entre elas uma política de incentivos fiscais, financeiras e fundiárias que permitirá criar um mercado imobiliário capaz de fornecer habitações sociais adequadas ao perfil das famílias de baixa renda”, diz.
O partido no poder aponta a construção de infra-estruturas de saúde em vários pontos do país, estradas em execução nas ilhas de São Vicente, Santiago, Fogo e Brava, no âmbito do PRRA, infra-estruturas de água e saneamento, além dos parques tecnológicos da Praia e do Mindelo.
A primeira sessão plenária de Dezembro arrancou hoje e termina na sexta-feira, no hemiciclo da Assembleia Nacional. Em destaque, a discussão e votação na especialidade da Proposta de Lei que aprova o Orçamento do Estado para o ano económico de 2020.
A discussão e votação, na especialidade, do Projecto de Resolução que aprova o Orçamento Privativo da Assembleia Nacional para o ano de 2020 é outro ponto da agenda dos deputados.