“Governo nem sequer quis discutir as nossas propostas, desprezou-as”, diz líder parlamentar do PAICV

PorExpresso das Ilhas, Inforpress,3 jun 2020 14:55

​O líder parlamentar do PAICV, Rui Semedo, respondeu, hoje, à acusações feitas pelo MpD e garantiu que seu o partido “não tem nada a recear” sobre o julgamento dos processos Fundo do Ambiente e IFH, reiterando disponibilidade na procura de soluções que sirvam os interesses do País.

Rui Semedo falava em conferência de imprensa, na Cidade da Praia, convocada para reagir às declarações da representante da Comissão Política Nacional do MpD sobre a abstenção do PAICV na votação da proposta que altera a lei nº 83/IX/2020, de 4 de Abril, durante a sessão parlamentar do mês de Maio.

Com esta iniciativa, lembrou o líder da bancada parlamentar do maior partido da oposição, o Governo pretendia introduzir um conjunto de alterações com impacto na justiça, na protecção do arrendatário, no calendário dos órgãos autárquicos e nos prazos de prestação de contas pelo Tribunal de Contas.

O grupo parlamentar do PAICV, segundo Rui Semedo, considerou “justas” as intenções do Governo em querer rever a lei, realçando, no entanto, que esta seria uma oportunidade para que a revisão da referida lei fosse feita no seu todo, envolvendo todos os partidos políticos.

Entretanto, realçou, a maioria “desprezou” a proposta do PAICV sobre um artigo cuja interpretação vem causando “alguns constrangimentos” entre os operadores de alguns sectores e a Direcção-geral do Trabalho.

“Nós tivemos propostas que têm origem nas várias reivindicações da sociedade, apresentamos a nossa proposta, mas o Governo nem sequer quis discutir as nossas propostas, desprezou-as. Como nossas propostas não foram aceites e nem sequer discutidas, o PAICV absteve-se tendo em conta isso “, afirmou, sublinhando que a lei só pode ser votada com “diálogo, abertura e acolhimento” das propostas diferentes.

Para o PAICV, o Governo rejeitou de forma “categórica” e “desrespeitosa” a sua proposta, frisando que, corrigindo essas falhas, a justiça seria reposta e evitaria a exclusão das pessoas que estão a passar por “extremas dificuldades”.

Assim, sustentou Rui Semedo, as declarações do MpD de que o PAICV ao votar abstenção “estaria a barrar o funcionamento dos tribunais” são “manobras de diversão”, de uma busca de um caminho para “fugir às responsabilidades” e de uma “intenção clara de desviar o debate” do cerne da questão essencial.

“Por isso a tentativa de atribuir responsabilidade ao PAICV pela situação vigente configura uma tentativa de chantagem barata despropositada e injusta porque quem tem maiores responsabilidades nessa matéria é a maioria”, referiu, indicando que o PAICV está a exigir que a lei seja igual para todos.

Rio Semedo revelou, neste sentido, que a condição do PAICV para viabilizar da proposta que altera à lei 83/IX/2020, de 4 de Abril, passa pelo estabelecimento da negociação do diálogo, respeito pela oposição e o cumprimento da lei, caso contrário, alertou, “tudo continuará como está”.

Reagindo ainda às declarações do MpD, segundo as quais o PAICV receia o julgamento dos processos do Fundo do Ambiente e IFH ao chumbar a referida lei, Rui Semedo afirmou que esta é estratégia do partido no poder, que demonstra claramente que quis com isso “impor a lei à força, sem qualquer tipo de negociação ou fazer chumbar a lei propositadamente para depois responsabilizar toda a oposição”.

“A insinuações do MpD são manobras porque o tribunal julga todos os cidadãos, o tribunal não está lá para julgar o cidadão de acordo com a sua preferência político-partidária, aliás o tribunal quando julga, julga todos os cidadãos independentemente da sua cor política. O MpD está totalmente equivocado sobre a abstenção do voto e o PAICV não tem nada a recear”, concluiu.

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Autoria:Expresso das Ilhas, Inforpress,3 jun 2020 14:55

Editado porSara Almeida  em  15 mar 2021 23:20

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