As posições dos partidos foram proferidas hoje, durante a abertura da segunda sessão de Outubro, que incide sobre as respostas sanitárias e económicas no contexto da pandemia.
“A pandemia veio demonstrar-nos que é importante diversificar ao máximo a nossa economia. Infelizmente durante anos e anos fomo-nos focando no turismo e esquecemos um pouco as outras áreas económicas, acima de tudo as áreas primárias, que deveriam ter os apoios necessários para ganharem músculos e poderem suportar a nossa economia em todos os momentos”, discursou António Monteiro.
Para a UCID, o governo deve fazer investimentos necessários a nível da agricultura por forma a que os agricultores e os criadores de gado possam ter condições para desenvolverem o sector e consequentemente poderem alimentar as pessoas e as famílias cabo-verdianas com menos recurso às importações e consequentemente gerar riqueza internamente.
Um outro sector apontado por António Monteiro é a pesca, que no seu entender deve ter fortes políticas que possibilitam a criação de condições para que os armadores e os pescadores possam fazer uma faina melhor e poderem alimentar as indústrias pesqueiras e de conservas.
Na sua intervenção, a líder do PAICV, Janira Hopffer Almada advogou que é momento de “todos se libertarem de tacticismo políticos” para se concentrar nos interesses do país.
“É cada vez mais evidente que o País está mergulhado numa profunda crise, que exige uma nova abordagem, novas atitudes e novos entendimentos entre as forças políticas e, se calhar, novas alianças com a sociedade, estribadas num diálogo aberto, verdadeiro e profundo”, declarou.
Segundo declarou, as medidas anunciadas pelo Governo para fazer face à pandemia “eram boas na intenção”, mas, para ter impacto na vida das pessoas e das empresas e no país “devem ser materializadas com eficácia e com eficiência, o que implica a sua aplicação em tempo oportuno”.
Janira Hopffer Almada frisou ainda que é preciso analisar por que razão Cabo Verde não está a conseguir reduzir o número de casos para que se adoptar as medidas correctivas e inverter a realidade actual.
Por sua vez, a líder parlamentar do MpD, Joana Rosa, destacou que o sector da Saúde tem sido a prioridade máxima do governo que tem vindo a criar todas as condições para que o país continue a fazer um bom combate a COVID-19.
“Mesmo perante esta grande crise económica, nenhum governo na história deste país foi tão longe nas dotações orçamentais orientadas para as camadas mais vulneráveis e para a inclusão social, não se cortou salários, nem as despesas do estado social. Pelo contrário, aumentou-se o investimento na saúde, na educação, na protecção social e inclusão produtiva, na protecção do emprego e do rendimento, na formação profissional, estágios profissionais, empreendedorismo e agenda digital”, intercedeu.
Entre outras medidas adoptadas pelo executivo, Joana Rosa destacou o Projecto Turismo Seguro, iniciado em Junho, cujos principais propósitos é capacitar estabelecimentos e serviços, como hotéis, restaurantes, aeroportos e táxis.
Para o MpD, a disponibilidade do PAICV para fazer face à crise provocada pela pandemia chega com nove meses de atraso.
“Registamos a disponibilidade, agora manifestada por alguns sujeitos políticos. Temos várias vezes clamado o engajamento de todos porque os cabo-verdianos estão cientes que a COVID é um problema de todos e não só de quem governa. Com 9 meses de atraso é que recebemos a disponibilidade do PAICV em colaborar. Colaborem”, finalizou.