No seu discurso, Janira Hoppfer Almada acusou que o actual Governo e a actual maioria de darem “sinais de que não estariam a colocar, em primeiro lugar, os superiores interesses do país”, que devem nortear a Política Externa de um país que se diz e se quer sério.
“Durante esses quase 5 anos, Cabo Verde registou momentos que, em nada, engrandeceram o nome do país, para além de terem colocado em causa o próprio nome do País”, acusou.
“Durante estes quase 5 anos, a actual Governação não só não conseguiu reforçar a imagem e credibilidade externas do País, como, também, contribuiu para a erosão do rico legado que lhe foi deixado, por várias gerações de diplomatas que, ao longo de gerações, trabalharam, de sol a sol, para erguer o nome de Cabo Verde, reforçar a sua credibilidade externa e garantir o lugar desta nossa Pátria-Mãe no concerto das Nações”, referiu.
Como exemplo, a presidente do PAICV apontou a perda da presidência da CEDEAO e os “sucessivos desmentidos de que o Governo foi alvo, na sequência de anúncios mal ponderados”.
Já a líder da bancada parlamentar do MpD, Joana Rosa, reiterou que o Governo tem vindo a intensificar a política externa nacional, alcançado respeito, marcando posições no cenário internacional.
No que se refere a nomeação do cônsul na Flórida, Joana Rosa assegura que foi feito com todos os procedimentos legais.
“O caricato é o maior partido da oposição não saber que os cônsules honorários no ordenamento jurídico de Cabo Verde não têm funções consulares, não recebem vencimento pago pelo Estado e muito menos trabalham com a comunidade cabo-verdiana emigrada”, frisou, acrescentando que a oposição “não deve” colocar a imagem do país em causa.
Da parte da UCID, António Monteiro justificou a proposta de debate do seu partido com a finalidade de ser esclarecido aos cabo-verdianos e “consequentemente” à comunidade internacional, tudo aquilo que nos últimos tempos se tem assistido na Política Externa.
“Assim, a abertura da embaixada e a nomeação dos embaixadores sendo eles políticos ou não, para logo de seguida se vincular nestas mesmas nomeações dilatando no tempo a entrada em funcionamento dessas instituições do Estado, afigura-se-nos como sendo uma execução anómala que minora a imagem do nosso país quer no estrangeiro, quer a nível nacional”, considerou.
Para a UCID, o processo de detenção de Alex Saab “precisa ser devidamente esclarecido” a todos os cabo-verdianos e consequentemente a comunidade internacional e” acima de tudo” aos “vizinhos” para se evitar possíveis leituras de ocasião capazes de prejudicar Cabo Verde e a sua população.
“A nomeação de cidadãos estrangeiros nos EUA para exercerem as funções de cônsul honorários num país em que a capacidade técnica e académica de muitos compatriotas nossos é sobejamente reconhecida deixa-nos sem o entendimento necessário sobre esta questão”, prosseguiu, solicitando que o processo de recenseamento nas comunidades seja “acarinhada por todos”, de modo a permitir que o maior número de cabo-verdianos na diáspora possa recensear e votar nas próximas legislativas.