Numa declaração política apresentada hoje no parlamento, a UCID chamou a atenção para a situação que classifica de alarmante na ilha de Santo Antão. Posição justificada através da deputada Dora Pires, com as consequências dos três anos de seca que se vive na ilha das montanhas.
“As famílias precisam de uma atenção muito especial dos governantes. A garantia permanente do abastecimento de água deve ser um compromisso que não pode deixar dúvidas nas cabeças dos criadores. Estes não podem ter dúvidas no que tange ao abastecimento de água para poderem garantir a sobrevivência dos seus rebanhos”, sublinha.
Questões que têm a ver com recuperação de estradas de acesso a algumas localidades, ausência de sinal de rádio, televisão e telemóveis, carência na iluminação pública são outros problemas apontados pelo partido, sobretudo no interior do município do Porto Novo.
Em resposta, o deputado do MpD eleito por Santo Antão, Armindo Luz, desmente e acusa a UCID de andar a procurar de “casinhos” e não o que está a ser feito na ilha.
“A UCID anda à lupa à procura de casos e casinhos e não tem noção daquilo que é governar o país. Estiveram à procura de casinhos e por isso não tiveram tempo de se inteirar do estado de desenvolvimento que a ilha conhece neste momento”, afirma.
Da bancada do PAICV, Júlio Correia chama a atenção para o facto de a questão da seca que afecta o país não poder ser discutida numa perspectiva de 8 ou 80.
“Não é nem 8, nem 80. De nada valerá a pena o governo ter investido, reorganizado o orçamento para pôr de pé um programa no mundo rural para mitigar [os efeitos da seca]. Este discurso que estamos a fazer aqui está absolutamente divergente com as políticas que o governo tem colocado em curso. O governo reconhece que há problemas, então, é preciso atacarmos o problema, agora, o discurso aqui é de arremesso político”, diz.
A segunda sessão parlamentar de Março arrancou esta quarta-feira, tinha em agenda o debate com o primeiro-ministro sobre as políticas públicas para o meio rural, tema proposto pelo PAICV, que entretanto foi adiado devido ao estado de “emergência” causado pela COVID-19