As posições dos partidos foram hoje manifestadas durante a primeira sessão do ano parlamentar, num debate com o ministro da Educação, Amadeu Cruz.
Durante a sua intervenção, a representante do grupo parlamentar do PAICV, Georgina Fortes, começou por mostrar preocupação com o arranque do ano lectivo que deverá funcionar em plena normalidade com a variante Delta já a circular no país, apontando que o rácio de alunos por salas de aula é de 30 ou 40.
“Como é que vão respeitar as medidas de segurança sanitária e de distanciamento? E os alunos das famílias mais carenciadas terão máscaras gratuitas? Precisamos saber se a saúde de todos está a ser salvaguardada”, questionou.
Georgina Fortes disse que falar de educação é também falar de cooperação, de colaboração, defendendo que cabe ao governo a responsabilidade de delinear as políticas educativas e procurar realizá-las buscando todos os recursos necessários, incluindo o financiamento.
“É do nosso entender que neste sector em particular, o diálogo é fundamental, para permitir que todos os actores implicados participem na construção de soluções, que terão uma enorme repercussão na nossa sociedade”, considerou.
O PAICV defendeu que é preciso reconhecer que há desafios que Cabo Verde não tem conseguido vencer, independentemente dos partidos no poder.
Do lado da UCID, Zilda Oliveira reconheceu que tem havido um forte investimento na educação, mas considerou que ainda é um sector deficitário.
“A pandemia COVID-19, pelas medidas adoptadas de correcção, pela redução da carga horária das aulas presenciais pelas aulas à distância, ao contrário de muito preconizado, deixou muitos alunos para trás e irá continuar a deixar se continuarmos a colocar a estatística, os números a frente da qualidade da educação”, declarou.
Para a deputada da UCID, não se tem apostado no mérito e na excelência dos alunos e por isso julga ser fundamental a reflexão acerca da qualidade da educação.
“Há muito que a UCID defende um pacto de regime, temos vindo a implementar reformas sobre reformas, então há necessidade de se fazer um pacto para 20, 30, 50 anos seja, mais onde efectivamente nós estaremos a apostar na qualidade da educação”, discursou.
Já o líder parlamentar do MpD, João Gomes, defendeu que não obstante os desafios impostos pela pandemia o ano lectivo 20/21 não deixou de ser um ano de muita aprendizagem para o governo, professores, funcionários, alunos e encarregados de educação.
Nesta linha, como ganhos, apontou que naquele ano, no Ensino Básico houve um aproveitamento de 91% e uma taxa de abandono de 1% e no secundário uma taxa de aprovação de 75% e uma taxa de abandono de 3%.
“O ano escolar 21/22 inicia-se em plena pandemia, mas graças ao bom combate que tem sido dado, os riscos são muito menores do que no ano anterior. Uma grande maioria dos professores está vacinada, dependendo das directivas da DNS a população dos 12 aos 17 poderá vir a ser vacinada aumentando assim o nível de segurança e protecção sanitária nas escolas. As políticas de inclusão, gratuitidade do ensino básico e secundário são ganhos que estão assegurados”, enalteceu.