A afirmação do MpD foi feita por Manuel Alves em reação à acusação do PAICV de que o governo estaria a perseguir e condicionar a actual edilidade e sua equipa.
“A incapacidade de gestão política do Presidente eleito fez com que, em pouco tempo, o conflito se tivesse instalado no seio dos eleitos do PAICV, com reflexos na governação da Praia. No município da Praia, há falta de liderança e maturidade política. O Presidente não dialoga e actua de forma avulsa conjugando sempre o verbo na primeira pessoa do singular eu quero, eu posso, eu mando”, acusou o porta-voz do partido.
Conforme Alves, a questão da Praia é sobretudo política e o PAICV está “a desviar intencionalmente a atenção dos praienses”.
Segundo explicou, a acção de tutela inspectiva conjunta do Ministério das Finanças e do Ministério da Coesão Territorial, realizou-se na sequência de denúncias públicas dos vereadores, que apresentaram documentos de suporte.
“O acto de inspeção à Câmara Municipal da Praia por parte quer do Tribunal de Contas, quer da Inspeção Geral das Finanças/Ministério da Coesão Territorial ou da Agência Reguladora de Aquisições Públicas (ARAP) é legal”, assegurou.
Para Manuel Alves, o “mais importante” é saber quais as consequências do actual modelo de governação no município, particularmente, em termos de perda de oportunidades.
Nesse ponto, apontou que a edilidade perdeu dois projectos com a ANMCV tais como a mobilização dos Fundo do PRRA ( perdeu 270 mil contos), porque não assinou a ordem irrevogável e o financiamento do Projecto Valorizando o nosso Espaço Público, financiado pela União Europeia no valor de 70 mil euros.
“Caros praienses, eles falam em perseguição quando, na verdade, este ano, o Governo, no quadro do F. E. F. e outras transferências, já mandou à Câmara Municipal da Praia cerca de 285. 727.572 escudos”, exemplificou, acrescentando ainda o término das obras de reabilitação de cerca de 50 habitações no âmbito do PRRA.
Segundo o MpD, a edilidade praiense é a “pior do país” porque está “a navegar sempre na ilegalidade, cometendo crime de gestão, gastando o dinheiro do município com Associações sem passar pela aprovação no colégio da Câmara Municipal”.
“Estamos à espera da pronunciação das instituições legais sobre a ilegalidade da CMP. Ele (presidente da Câmara) está a abusar da morosidade da justiça. Porque se fosse num país em que a justiça funciona na hora certa, a decisão já tinha sido tomada e já teria perdido o mandato”, declarou.