As posições dos partidos foram hoje manifestadas durante a sessão parlamentar de hoje.
Durante a sua declaração política, o presidente do PAICV, Rui Semedo, referiu que o estudo da figura de Amílcar Cabral um pouco por todo o mundo, dá uma contribuição extraordinária para o reconhecimento da estatura política e intelectual, para a valorização do património que é o seu pensamento partilhado e para a projecção da imagem de Cabo Verde.
“Cabo Verde precisa redescobrir o valor do legado material e imaterial que herdamos de Amílcar Cabral e transformá-lo num recurso estratégico para a promoção e o desenvolvimento destas ilhas. Temos entre mão uma riqueza incomensurável que não podemos deixar de cuidar, de divulgar e de passar para as novas gerações que têm o direito de conhecer a grandeza deste património”, defendeu.
Para o PAICV, nestes momentos “da crise das instituições” seria de grande interesse revisitar Cabral e aprofundar a sua dimensão ética e moral, o seu profundo humanismo, a sua abordagem sobre o sentido da justiça, o papel que reserva ao povo, a relação dinâmica que estabelece entre a teoria e a prática e o profundo sentido de servir.
“Vem aí o centenário do seu nascimento. Aprendamos, pois, com o que foi feito agora, em todo o mundo, para envolvermos todas as instituições, o Parlamento, inclusive, na organização e na realização desse próximo evento de vulto”, pediu.
Libertar a figura de Cabral
Por seu turno, o deputado do MpD, Luís Carlos Silva afirmou que 20 de Janeiro é um momento histórico para Cabo Verde e que Amílcar Cabral merece toda a celebração e todo o reconhecimento.
Eternizar Cabral, conforme disse, é uma obrigação e o mesmo merece ser uma figura transversal à sociedade cabo-verdiana.
“Parte da resposta do porquê de Amílcar Cabral ser mais estudado fora do que nos países lusófonos poderá ser essa partidarização da sua figura que acontece, particularmente, aqui em Cabo Verde. Amílcar Cabral é assumido por uma determinada parte política de Cabo Verde como uma figura desta parte, quando devia ser uma figura da Nação cabo-verdiana. Também acho que é nossa obrigação libertar a figura de Amílcar Cabral, liberalizar a sua figura”, apontou.
Independentemente do percurso e do impacto que teve, particularmente no percurso de um determinado partido, Amílcar Cabral conseguiu ultrapassar essa dimensão de ser uma figura só de um partido, de acordo com o deputado.
Assunção do pensamento de Cabral
A UCID, por sua vez, destacou a liberdade defendida por Amílcar Cabral e defendeu que o todos, sobretudo os governantes, devem levar em linha o seu pensamento a uma outra dimensão de forma a servir melhor os cidadãos.
“Nós os deputados da UCID pensamos que ainda estamos um pouco atrasados em relação de assunção na totalidade do pensamento de Amílcar Cabral. Não basta relembramos Amílcar Cabral de tempo a tempo, temos que relembra-lo todos os dias independentemente da nossa posição política”, frisou António Monteiro.