Oposição pede novas medidas para evitar pobreza extrema e fazer face a inflação

PorSheilla Ribeiro,9 fev 2023 11:53

O PAICV apelou ao Governo que introduza mecanismo de reforço de rendimento para assegurar que mais famílias não venham a cair nas malhas da pobreza ou na pobreza extrema e defende que o aumento de preços é continuo e que são precisas medidas que possam ser sentidas pelas pessoas. O MpD, por seu turno, recorda que o actual Governo mitigou cinco anos de seca, a COVID-19 e que redistribuiu o rendimento das famílias.

O apelo do PAICV foi feito pelo deputado António Fernandes, durante a sua declaração política feita hoje na sessão plenária.

António Fernandes afirmou que é difícil acreditar que o actual Governo realmente quer erradicar a pobreza extrema no horizonte de 2022-2026, já que o documento Estratégia Nacional para Erradicação da Pobreza Extrema (ENEPE 2022_2026) por um lado, já conta com praticamente dois anos de atraso, 2022 e 2023.

Por outro lado, prosseguiu, o documento reconhece que encontrou limitações relativas à disponibilidade de dados actualizados sobre a pobreza e não foi possível aferir qual a intensidade da pobreza.

“Como é possível, sem diagnóstico assertivo face as limitações apresentadas, acertar na ENEPE?”, questionou.

O PAICV questionou ainda ao governo, o que pretende fazer para combater a fome com que “desgraça” certa de 7% da população cabo-verdiana, para além da ENEP.

“Uma vez que o país já é escolhido pelos parceiros internacionais na estratégia piloto de erradicação da pobreza extrema, então que se que introduza mecanismo de reforço de rendimento para assegurar que mais famílias não venham a cair nas malhas da pobreza, e nem na pobreza extrema. Para o PAICV a prioridade é que o governo faça aquilo que está ao seu alcance para promover o necessário aumento de rendimento nas famílias para resolver o sufoco em que cabo-verdianas passam hoje”, afirmou.

Por seu turno, o deputado do MpD, Celso Ribeiro considerou que os cabo-verdianos têm sorte de, nesta conjuntura, ter tido um governo do partido, liderado pelo Ulisses Correia e Silva, cujos orçamentos elaborados até agora, têm no centro as famílias cabo-verdianas.

Para exemplificar, apontou que em 2016, o Governo recuperou o país “numa situação de pobreza galopante, crescimento rasteiro e sem impacto nas famílias cabo-verdianas”.

“Perante tudo isso, conseguimos com que o país trilhasse um caminho de crescimento sustentável, cuja redução de pobreza teve impacto e reconhecido a nível internacional. Com toda crise, conseguimos estabilizar os preços, conseguimos distribuir rendimentos às famílias, caso não fosse feito, a inflação aqui referida de 7,5 seria a volta de 13%. 8 pontos percentuais ao que é verificado hoje”, defendeu.

Celso Ribeiro também referiu ao aumento de salário mínimo de 13 para 14 mil escudos, a actualização do salário da Administração Pública dentro da actual conjuntura.

“Mitigamos cinco anos de seca, mitigamos COVID, e mitigamos e redistribuímos o rendimento para as famílias de Cabo Verde, com dificuldades, mas ultrapassamos de forma decente”, finalizou.

Da parte da UCID, a deputada Zilda Oliveira relatou que é visível o aumento da pobreza extrema, o aumento do número de pessoas em situação de insegurança alimentar, o aumento de pessoas a pedinchar e a viver da cata de lixo nos contentores, bem como o aumento de crianças na rua.

A deputada reconhece que o aumento de preços de bens essenciais a nível internacional e nacional, condicionou a qualidade de vida de muitos cabo-verdianos, particularmente, daqueles mais desfavorecidos.

“Foram tomadas sim algumas medidas, mas é importante nós também termos presente que essas medidas foram tomadas, mas o aumento de preços é contínuo e essas medidas têm de ser sentidas pelas pessoas. E creio que não estão”, acredita.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,9 fev 2023 11:53

Editado porAndre Amaral  em  31 out 2023 23:28

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