​Partidos políticos reconhecem "ausência" de políticas habitacionais para a classe média

MpD, PAICV e UCID reconhecem a necessidade de criação de políticas habitacionais voltadas para a classe média. Posições expressas na última edição do programa “Plenário”, espaço de debate político da Rádio Morabeza. A edição desta semana colocou em confronto o sector da habitação, um problema antigo do arquipélago.

Dora Pires, da UCID, destaca a necessidade de uma política de habitação para todos, “mais equilibrada e inclusiva".

“Por isso que apelamos a casas sociais, casas que cada um tendo em conta o seu nível poderá pagar e habitar em condições dignas. Que se façam programas voltados para os jovens e para a classe média, com renda resolve, porque as pessoas não se vão importar de pagar uma renda, de 20 ou 25 mil escudos, todos os meses, sabendo que a casa será delas. Há pessoas que foram aos bancos, e hoje pagam, todos os meses, cerca de 50 mil escudos porque não tiveram outras oportunidades”, afirma.

Do lado do MpD, o coordenador da Comissão Política Concelhia de São Vicente, Armindo Gomes, diz que o problema é transversal a qualquer governo, apontando, contudo, que não se pode ter a pretensão de que todos devem ter casa própria.

“Em Cabo Verde não se pode ter a pretensão de todos terem casa. Por exemplo, eu adquiri casa há 4 anos, pagava renda. As pessoas que não têm meios para comprar uma casa, pagam renda. Eu podia ter ido à banca, mas eu fiz essa opção porque não estava sujeito a pagar os juros exorbitantes. Mas isto não é um problema deste ou daquele governo. Isto é uma política que para ser alterada é difícil”, refere.

Por seu lado, Adilson Graça Jesus, presidente da Comissão Política Regional do PAICV, reconhece as fragilidades do país para responder às necessidades habitacionais, mas sublinha que cabe aos governos criar as condições para que a decisão final sobre ter casa própria seja das pessoas e não por falta de resposta do mercado.

“Sobre políticas direccionadas para as classes, temos é que conseguir, enquanto país, criar as condições para que as pessoas consigam realizar o seu sonho [de casa própria]. Se vão todos realizá-lo, isto é uma outra questão, mas temos que permitir que as pessoas sonhem em ter casa”.

Défice habitacional, casas degradadas, construções precárias e clandestinas são problemas antigos em Cabo Verde. As necessidades habitacionais, até 2030, fixam-se em cerca de 26 mil novas casas, de acordo com dados do Perfil do Sector de Habitação, do Ministério das Infra-estruturas, Ordenamento do Território e Habitação, apresentados em Junho de 2019.

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Autoria:Lourdes Fortes, Fretson Rocha, Rádio Morabeza,1 mar 2023 17:31

Editado pormaria Fortes  em  20 nov 2023 23:29

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