Num debate em torno das “políticas para a agricultura”, o deputado da UCID, António Monteiro, disse que os investimentos feitos pelos sucessivos governos não permitiram que o país tivesse uma agricultura mais consistente e capaz de fazer com que o arquipélago passasse a importar menos alimentos.
“Dá impressão que os sucessivos Governo ou não querem pegar este problema a sério e fazer surgir em Cabo Verde uma nova agricultura, ou então não acreditam na tecnologia e dão por desbarato o potencial que o país tem. Nós temos muita água. Temos ilhas rodeadas de mar e nós temos que ter a capacidade de transformar esta água salgada em água doce”, defende.
A posição foi partilhada pelo PAICV. Nilton Medina, primeiro secretário do sector Norte do partido, defende, primeiro, uma aposta na formação para que haja uma mudança de mentalidade no sector agrícola. O responsável político entende que há um interesse político por detrás da falta de uma aposta mais consistente no sector.
“Cabo Verde precisa abraçar as novas tecnologias que hoje existem em toda a parte do mundo para ter uma nova agricultura. Temos muito pouco solo e pouca água nas nascentes. Não podemos continuar no Séc. XXI a depender completamente das chuvas. Aqui eu quero abrir um parêntese para dizer o seguinte: o actual Governo não põe a mão como deve ser na questão da agricultura para que os agricultores possam continuar a depender das chuvas para que, na altura das campanhas, possa utilizar as frentes de alta intensidade de mão-de-obra para condicionar a liberdade de voto”, considera.
A representar o MpD, o vereador da Câmara Municipal de São Vicente, José Carlos da Luz recorda investimentos feitos no sector agrícola, nomeadamente a criação do Instituto das Ciências e Tecnologias Agrárias em santo Antão, para além da aposta na dessalinização de água para a rega para aumentar o rendimento e produtividade dos agricultores.
“O Governo do MpD não é assistencialista. Nós não queremos que os agricultores fiquem na dependência dos governos ou da Câmara municipal. O executivo está a apostar na dessalinização de água. Tivemos um financiamento do Governo da Hungria no valor de 35 milhões de euros que vai ajudar muito o país na dessalinização de água para que possamos ter uma maior produção agrícola, maior rendimento, maior produtividade e consequentemente a melhoria das condições de vida de todos os cabo-verdianos”, aponta.
Promover a aplicação da ciência e tecnologia na agricultura tem sido apontado como a base para melhorar a produtividade, celeridade, quantidade, qualidade, eficiência e competitividade do sector agrícola nacional.