​Oposição alerta que problemas dos professores podem afectar qualidade do ensino. MpD discorda e aposta no diálogo

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,16 jan 2024 10:58

A não resolução dos problemas dos professores, sobretudo a questão salarial, pode colocar em causa a qualidade do ensino, diz a oposição. O MpD recusa a ideia e realça disponibilidade da tutela para negociar. Posições expressas, na noite de segunda-feira, durante o programa “Plenário” da Rádio Morabeza.

Num debate sobre as reivindicações dos professores, os partidos da oposição afirmam que uma educação de qualidade passa pela valorização e dignificação do trabalho do professor em todos os seus domínios. Nilton Silva, do PAICV, fala de uma classe desmotivada.

“Não é possível motivar um funcionário que não está a ser, pelo menos, negociado com seriedade as suas reivindicações. Não há como ter uma educação de qualidade com professores a passar dificuldades financeiras. Como é que um professor que ganha 23 contos, 30 e tal contos, 40 e tal contos consegue estar motivado para contribuir seriamente para participar nas aulas, actividades curriculares e extracurriculares, tudo isso para que a educação possa ser de qualidade. Não há possibilidade. E o Ministério tem culpa nisso porque, para além disso, há disciplinas que não foram avaliadas no primeiro trimestre porque ainda não há programa”, aponta.

A UCID diz que a maior reivindicação da classe docente, a equiparação salarial aos quadros especiais, faz todo o sentido. Em representação do partido, Zilda Oliveira aponta a satisfação no trabalho e a motivação como variáveis que não devem ser postas em causa quando se fala de qualidade.

“Se nós pensarmos a escola como uma organização e os professores como os profissionais dessa organização, a motivação, a satisfação no trabalho e a motivação são duas variáveis que impactam directamente sobre a produtividade, sobre a qualidade do trabalho, sobre o desempenho do professor. Portanto, se o professor não está satisfeito, se o professor não está motivado ou vê as suas reivindicações não serem satisfeitas por parte do governo, então, obviamente, que isso irá impactar, de alguma forma, a qualidade do ensino”, considera.

O MpD reafirma que o país não consegue suportar o pedido de aumento salarial dos professores de 78.678 escudos para 107.471 escudos de salário base. Helena Fortes, do partido no poder, recusa a ideia de estar a colocar em causa a qualidade do ensino, perante a disponibilidade da tutela para negociar.

“Nenhum partido consegue aumentar uma única classe 36%. Lógico, se nós conseguíssemos fazer isso com a classe dos professores, depois chegaria a classe dos polícias, a classe dos médicos, porque isso é uma bola de neve. Nós só fazemos as coisas de acordo com as nossas capacidades. Nós não fechamos as portas, estamos a negociar. Uma coisa é colocar a qualidade de ensino em causa, se nós não estivéssemos a negociar. Nós estamos num país democrático. Nós temos já elaborado um draft de acordo sindical para estabilização da carreira de pessoal docente entre o governo e os sindicatos, que nós tivemos dois sindicatos a favor e estamos a guardar Sindprof”, diz.

Os professores e o Ministério da Educação ainda não chegaram a um entendimento relativamente às reivindicações da classe docente. A actualização salarial é o principal ponto que não reúne consenso entre os sindicatos que representam os professores e a tutela. O Ministério da Educação propõe o aumento do salário base para 89 mil escudos, de forma faseada, mas o valor não satisfaz todos os sindicatos.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,16 jan 2024 10:58

Editado porAndre Amaral  em  27 abr 2024 23:28

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