Posições expressas na noite desta segunda-feira, durante o programa “Plenário” da Rádio Morabeza. Do lado do maior partido da oposição, João do Carmo defende que, pela sua fragilidade, Cabo Verde deve estar sempre do lado dos países que defendem a paz, mas nunca fazer parte de um bloco militar.
“Nós, o PAICV, defendemos que Cabo Verde não deve fazer parte de nenhum bloco militar. A aproximação da NATO deve ser num regime de parceria com organizações internacionais, com todos os países individualmente pertencentes à NATO, com todos os países individualmente da Europa. Defendemos parcerias com todos os países que defendem a paz no mundo. A Constituição cabo-verdiana é muito clara nesta matéria, exige um consenso das forças políticas nesta matéria. O procedimento deste governo do MPD foi péssimo com relação a forma de cumprimento da Constituição da República”, entende.
A UCID afirma que Cabo Verde tem que adoptar modelos que dêem garantias que o país e o povo estejam sempre seguros. António Monteiro alerta para a necessidade de assegurar que o arquipélago tenha condições de suportar os efeitos de uma guerra, no que diz respeito à estocagem de alimentos e armazenagem de combustíveis e água.
“Neste momento em que estamos em polvorosa por esse mundo fora, com aquilo que está a acontecer, com as ameaças de utilização de bombas nucleares, não sei se nós estamos preparados para suportar uma guerra, mesmo que seja longe, porque nós não temos a capacidade de armazenagem de absolutamente nada. Não temos capacidade de armazenagem de água, de combustíveis, não temos capacidade de armazenagem de grãos. Portanto, sendo um país vulnerável, nós entendemos que aqui todos nós devemos juntar”, aponta.
O MpD diz que as reformas implementadas no sector da defesa visam dotar o país de instrumentos que respondam aos desafios globais e locais. José Carlos da Luz alerta para as limitações do país e chama atenção para a importância dos parceiros, tendo em conta a vasta zona marítima e face aos novos desafios globais.
“E logicamente para nós o NPD deve ser alinhado em manter a paz e a segurança. Daí que temos um conjunto de relações internacionais com as Nações Unidas, a União Africana, Cplp, União Europeia, por forma que nos possam ajudar nessa tarefa árdua. E logicamente que nós alinhamos pela paz, mas que Cabo Verde tem as suas limitações do ponto de vista financeiro, daí que temos recorrido a esses parceiros internacionais para nos ajudar e pensamos que vamos continuar nessa senda porque a paz social e a segurança é um desiderato muito importante para os nossos habitantes e para aqueles que escolheram Cabo Verde”, afirma.
As grandes opções do Conceito Estratégico de Defesa Nacional foram aprovadas em Março pelo Conselho Superior de Defesa Nacional de Cabo Verde. No documento referem-se os riscos, ameaças e prevêem-se várias ações, entre elas um acordo com a NATO. Aponta ainda o objetivo de, igualmente, inserir Cabo Verde em mecanismos de segurança cooperativa, tanto do continente, como na sub-região da África Ocidental, e estabelecer parcerias com países desenvolvidos para reforçar a segurança e defesa face a ameaças e tensões no Atlântico.