Durante o programa de debate político, em jeito de antevisão do estado da Nação que vai estar em discussão no parlamento no dia 31 de Julho, o parlamentar do maior partido da oposição apontou o aumento dos preços dos bens de primeira necessidade, o aumento do custo de vida e pessoas com dificuldade de sobrevivência para dizer que o Governo “não se preocupa com as pessoas”.
“Há um problema sério de acesso aos produtos de primeira necessidade, há um problema sério a nível das classes profissionais que reivindicam melhores salários, as pessoas de uma forma geral com um problema de poder de compra. Cabo Verde descrito pelo MPD não existe. O Cabo Verde real está mal, uma situação social difícil, pessoas com problema de sobrevivência e nós os políticos, todos nós, todos os políticos em Cabo Verde devíamos sentir vergonha pela situação que muitos cabo-verdianos vivem em Cabo Verde”, avalia.
A UCID segue na mesma linha. A deputada dos democratas-cristãos, Dora Pires, considera preocupante a situação social do país, com o executivo a funcionar como um “instituto de solidariedade”.
“É preocupante, tendo em conta a percentagem que nós temos de extrema pobreza, a percentagem que nós temos também da população muito pobre, das dificuldades que as famílias enfrentam, falta de trabalho. A percepção que nós temos é que acabamos por ter um governo que funciona como um instituto de solidariedade, em vez de tentar resolver os problemas e de ajudar as famílias a saírem dessa situação da qual estão a viver. Nós sabemos que há pessoas que passam por necessidades e dizem que estão a passar fome”, refere.
Do lado do MpD, o deputado Damião Medina entende que o estado social em Cabo Verde está à medida dos desafios que o mundo está a enfrentar. O parlamentar da maioria diz que o Governo tem adoptado políticas, nomeadamente a nível fiscal, transferência directa para as famílias, resolução de pendências laborais e aumento salarial em alguns sectores para, até 2030, eliminar a pobreza extrema.
“Aquela leitura da posição, a leitura de sempre, ainda mais agora que estamos neste período pré-eleitoral não vão cansar de fazer este tipo de discurso. Eu queria dizer que nós temos um estado social estável com uma taxa de inflação controlada, neste momento de 1.4%. Um estado social em função do contexto internacional que nós temos, o que tem valido é a acção do governo. Nós temos aqui um país que está a aguentar muito bem face aos choques externos, e neste momento nós ultrapassamos um milhão de turistas, o que representa rendimento para as pessoas. Um país que está a crescer à volta de 1%, o que pressupõe mais emprego e mais rendimento”, aponta.
Damião Medina acredita que o Cadastro Social Único e o Fundo Mais são as maiores ferramentas sociais implantadas em Cabo Verde com o objectivo de diminuir a pobreza absoluta e eliminar a pobreza extrema.