Oposição afirma que saúde mental é o parente pobre do sistema da saúde

PorSheilla Ribeiro,8 mar 2023 12:41

O PAICV e a UCID afirmam que a saúde mental, um sector sensível e de extrema importância, continua a ser o parente pobre do sistema e sem a autonomia desejável. Já o MpD encoraja o Governo a materializar os projectos que tem em carteira para o sector.

As posições dos partidos foram defendidas durante a sessão plenária de hoje, num debate com a ministra da Saúde, Filomena Gonçalves.

No seu discurso, a deputada do PAICV, Paula Moeda, questionou a governante sobre a planificação dos recursos humanos e sobre a planificação para a gestão das carreiras dos enfermeiros, auxiliares e ajudantes de serviços gerais.

Segundo defendeu, é preciso mais investimentos na saúde, as evacuações devem ser repensadas devido às evacuações internas principalmente para hospitais centrais que são apenas dois no país, mas também pelo facto de existir mais de mil doentes evacuados para o exterior.

“A saúde mental, um sector sensível e de extrema importância, continua a ser o parente pobre do sistema e sem a autonomia desejável. Este Governo, em sete anos, não conseguiu que a saúde mental e os seus profissionais tivessem a atenção e a valorização que merecem pois trabalham sem expectativa e em condições muito adversas”, disse.

Nesse sentido questionou que políticas o Governo para a saúde mental, relembrando que a saúde mental constitui um dos indicadores de aferição da qualidade de vida, cognitiva e emocional, de uma sociedade.

O PAICV afirma que existe um claro déficit de condições para uma melhor prestação de serviços, nomeadamente, técnicos de imagiologia, falhas graves de programação e organização dos serviços a prestar.

Por sua vez, a representante da UCID, Zilda Oliveira, defende que todos têm direito a saúde, independentemente da sua condição económica.

“Dizer que a saúde mental continua a ser o parente pobre da saúde. Todos têm direito a saúde, independentemente da sua condição económica. O programa do Governo, para esta legislatura, estabelece como objectivo garantir a saúde e qualidade de vida aos cabo-verdianos, tendo prometido investimentos a infraestruturas, em equipamentos médicos-hospitalares e recursos humanos. Sem descurar nem minimizar os investimentos já realizados, as vulnerabilidades ainda persistem, bem como as assimetrias”, considerou.

A nível das infraestruturas, a UCID diz que aquilo que que constata são obras que ainda sequer foram iniciadas e outras iniciadas, mas cujos prazos de finalização já se esgotaram e até há as que inauguradas permaneceram de portas fechadas por longo período.

O partido refere a um défice de recursos humanos, de recursos materiais, que vai desde equipamentos de diagnóstico a reagentes e ruptura constante do stock de equipamentos, muitos deles essenciais para a satisfação das necessidades prioritárias de cuidado de saúde da população.

Já a deputada do MpD, Antonieta Moreira realçou que, no Orçamento de Estado para o ano económico em curso, os programas referentes ao sector da saúde têm um peso de 12,3%, registando um aumento na ordem dos 25%, demonstrando assim um engajamento do Governo na melhoria constante desse sector.

O acesso universal e com equidade aos serviços de saúde, bem como a cobertura de cuidados primários e contínuos tornam-se num desafio maior e constante, o que interpela o Governo a uma procura incessante de soluções e caminhos que visam minimizar as assimetrias em termos de acesso e cobertura geográfica, através do investimento na prevenção, mas também nos recursos humanos e materiais, segundo o MpD.

Pese embora os diversos desafios com os quais o país é confrontado neste sector, o partido reconhece ganhos assinaláveis, em vários domínios, como a redução da taxa de mortalidade geral, materna, infantil; maior Esperança Média de vida; mais capacidade de resposta do ponto de vista sanitário, entre outros.

“Aproveitamos o ensejo para encorajar o Governo de Cabo Verde a materializar os excelentes projetos que tem em carteira para o setor, projetos esses que, incontornavelmente, promoverão uma mudança significativa na prestação de um melhor serviço de saúde, a saber a instalação de primeiro centro de Cardiologia de intervenção em Cabo Verde; Instalação de duas unidades de produção de oxigénio, que abastecerão todas as estruturas de saúde de país, evitando custo adicionais, nomeadamente na sua aquisição…”.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,8 mar 2023 12:41

Editado porSara Almeida  em  26 nov 2023 23:28

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