A afirmação da UCID foi feita pelo presidente do partido, João Santos Luís, durante a declaração política.
“O fomento empresarial, que consiste em estimular, incentivar, apoiar e sustentar o crescimento de empresas do sector privado em Cabo Verde e tem igualmente como objectivo ajudar as empresas em suas actividades a partir de serviços principais e agregadores está ainda longe de ser uma realidade, sendo que os anúncios são feitos pelo Governo com pompas e circunstâncias, são colocados alguns incentivos nos orçamentos do Estado, mas os resultados prácticos têm ficado muito aquém do esperado. Devido por um lado, ao excesso de burocracia reinante nas instituições de atendimento aos empresários e, por outro, devido à discriminação negativa praticada pelo governo entre os investidores estrangeiros e nacionais e entre alguns nacionais”, disse.
De acordo com a UCID, quando se trata do sector Público empresarial, as coisas funcionam consideravelmente favoráveis, as vezes com consideráveis desperdícios de recursos em algumas empresas estatais.
Mas, prosseguiu, quando se trata do sector privado, principalmente quando envolve os investidores nacionais, estes “não têm tido muita sorte com o Governo e com o Ministério de fomento Empresarial”.
“No que concerne ao fomento à produção, que consiste em atender empresas que não possuem capital imediato para comprar insumos e produzir para criar riqueza e gerar empregos, a situação não é diferente do que acima mencionamos. Importa salientar que os investidores nacionais em várias ilhas estão a passar por situações semelhantes”, acrescentou, dando como exemplo a Fazenda de Camarão e ao projecto Noturna, ambos em São Vicente.
Relativamente a esses dois projectos, João Santos Luís questionou o engajamento do Governo, através do Ministério do fomento Empresarial para os vincar tos no país e argumentou que se forem acarinhados e apoiados sem quaisquer complexos de forma institucional pelo Governo, podem gerar centenas de empregos qualificados, contribuir para o desenvolvimento local onde estão implantados, contribuir para o Estado com centenas de milhares de contos em impostos directos e gerando dinâmica económica em termos de produção, transformação e exportação dos seus produtos.
“Consideramos que o Governo deve trabalhar no sentido de evitar os bloqueios desnecessários. Alguns investidores privados nacionais e apoiá-los, sobretudo de forma institucional para o bem do desenvolvimento local e do crescimento da economia nacional”, finalizou.
Por sua vez, o deputado do MpD, João Santos contrapôs que a Fazenda de Camarão se pôs de pé graças ao Governo do MpD, que em 2016 “encontrou o projecto a gatinhar e que o próprio responsável dizia que não tinha dado passos porque o Governo que antecedeu não tinha dado nenhum apoio”.
“Foi graças ao Governo suportado por Ulisses Correia e Silva que o projecto viu desbloqueado o grande problema do terreno, foi graças ao Governo que o projecto Fazenda de Camarão teve acesso a financiamento. Não foram o Governo do MpD o projecto provavelmente não tinha nascido”, frisou.
Quanto ao projecto Noturna assegurou que foi acarinhado pelo Governo do MpD que em 2020 e 2021, não obstante a pandemia tudo fez para que o investidor norueguês viesse para São Vicente fazer o seu investimento.
Já o deputado do PAICV, João do Carmo, reiterou que os empresários da Fazenda de Camarão enfrentam vários problemas de transporte de São Vicente para a Europa nos seus negócios. Também considerou a burocracia prejudica os empresários que têm sérias dificuldades com financiamento.
“Os empresários nacionais enfrentam problemas sérios com o financiamento. Com a propaganda enganosa do governo do MpD. O acesso a financiamento é imbuído de muita burocracia. No tempo do PAICV quando o Governo queria financiar as empresas, o Governo fazia directamente através das Câmaras de Comércio de Sotavento e do Barlavento, as Câmaras de Comércio é que têm vocação de lidar com os empresários directamente”, apontou.