Durante a declaração política do PAICV, a deputada Adelsia Almeida referiu que, apesar dos ganhos alcançados, o sistema de saúde continua a ser uma preocupação para os cabo-verdianos, com longas listas de espera em consultas de especialidade, exames complementares e cirurgias programadas.
Um dos principais problemas citados pela deputada é a falta de recursos humanos qualificados e especialistas em diversas áreas da medicina.
Além disso, prosseguiu, a escassez de equipamentos hospitalares tem sido um obstáculo para a prestação de cuidados adequados e os medicamentos também têm sido um ponto crítico, uma vez que seu alto custo tem impactado negativamente a população, dificultando o acesso a tratamentos essenciais.
“Nas farmácias cabo-verdianas faltam medicamentos básicos para o controlo da tensão arterial como o Nefedipina, Atenolol, HCT, antibióticos como a Ciprofloxocina PILICILINA PROCAINICA, psicóticos, antibacteriano, pilulas, faltam analgésico para controlo de dores, medicamentos para controlo de diabetes como a insulina e Metformina”, elencou, dando também como exemplo a falta de máquinas e fitas para medição do nível de açúcar dos diabéticos.
“Tem-se havido ruptura de medicamentos para realização de quimioterapias cancerígenos o que demonstra a situação de desumanidade do governo de UCS e do MPD que coloca da vida de inúmeros cidadãos em risco iminente”, enumerou.
Na mesma linha, o deputado da UCID, António Monteiro, expressou preocupação com a frequente ruptura de medicamentos, ressaltando que essa situação afecta diretamente a população mais vulnerável do país.
Além das rupturas de medicamentos, o partido também chamou atenção para outros problemas no serviço nacional de saúde e destacou que todas as ideias que visam melhorar a saúde dos cabo-verdianos, independentemente de sua origem, devem ser valorizadas e implementadas.
“Em São Vicente, hora e meia temos pessoas a reclamarem que não conseguem encontrar determinados medicamentos. É necessário ultrapassarmos essas situações. Mas, mais do que essa ruptura de medicamentos, muitas pessoas com várias carências, quando procuram um médico para garantirem a saúde acabam por ter a receita, mas não conseguem ter acesso a esses medicamentos e não conseguem porque não têm dinheiro suficiente”, alertou.
Já a deputada do MpD, Isa Gandira Rodrigues, ressaltou aquilo que considera avanços significativos alcançados na área da saúde, destacando a implementação de um centro de cuidados intensivos e a aquisição de equipamentos de imagiologia de última geração.
“Pela primeira vez Cabo Verde tem um centro de cuidados intensivos, pela primeira vez Cabo Verde tem equipamentos da unidade de imagiologia que recebeu equipamentos digitais de última geração, que faz diagnósticos mais fiáveis e eficientes de várias patologias,” defendeu.
O MpD reconhece que ainda há muito a ser feito na área da saúde, considerando que Cabo Verde é um país de recursos limitados. No entanto, destacou as melhorias no acesso aos cuidados médicos.
A deputada ressaltou a obtenção de financiamento do Fundo Global para o Hospital Agostinho Neto e Baptista de Sousa para o banco de oxigênio.