Aniceto Barbosa discursava no parlamento, na abertura do debate sobre segurança.
"É indiscutível que, na última década, a situação estratégica e o ambiente internacional se alteraram profundamente, com o surgimento de novas, inesperadas e importantes condicionantes", afirmou.
Nesse sentido, apontou que o Governo tem implementado diversas reformas no sector da Defesa para enfrentar esses desafios tanto globais quanto locais.
Entretanto, Aniceto Barbosa referiu às limitações orçamentais que o país enfrenta e o impacto dessas restrições na segurança e defesa nacional.
"Cabo Verde enfrentou e enfrenta a situação da pobreza, a situação financeira e económica e a sujeitar-se a severas limitações orçamentais, com impacto, designadamente, na segurança e defesa nacional".
O MpD salientou a necessidade de rever o Conceito Estratégico de Defesa Nacional, um instrumento essencial para responder ao novo ambiente de segurança.
Aniceto Barbosa alertou para as novas ameaças que o país enfrenta, incluindo terrorismo transnacional, pirataria marítima, emigração ilegal, criminalidade transnacional, ciberterrorismo, alterações climáticas e catástrofes naturais.
"Urge novos modelos de segurança, de maneira a combater ameaças relevantes como o terrorismo transnacional, a pirataria marítima, a emigração ilegal, a criminalidade transnacional, a proliferação de armas de destruição maciça, o ciberterrorismo e a cibercriminalidade, a violência armada etc., mas também ameaças que a própria natureza nos impõe", considerou.
O deputado também mencionou a importância da segurança marítima para Cabo Verde, dado o seu status de país insular e arquipelágico.
O MpD reiterou o compromisso do Governo em preservar o bem-estar e a segurança dos cabo-verdianos, realçando a cooperação internacional e o alinhamento com organizações como as Nações Unidas, a União Africana e a União Europeia.
"Do nosso ponto de vista, entendemos como interesses nacionais vitais a afirmação do Estado de Cabo Verde no mundo, a garantia da independência nacional e do exercício da soberania e da natureza democrática do estado, a garantia da integridade do território e da prevenção e combate às principais ameaças que possam impedir, promover o desenvolvimento económico-social, valorizar a justiça e o respeito pelo ambiente", discursou.
Barbosa defendeu ainda a necessidade de respostas sofisticadas e atempadas para garantir a segurança multidimensional e o bem-estar dos cabo-verdianos, apontando que "as ameaças aos Estados são globais e cada vez mais sofisticadas”.