O líder partidário falou numa altura em que a contagem ainda decorria em cerca de três dezenas das 1.079 mesas de voto, mas com o xadrez autárquico já a preparar-se para uma inversão, com o MpD a ficar com sete a oito câmaras e o PAICV a crescer para 15.
“Além das oito [câmaras] onde já estávamos, ganhámos mais seis”, frisou Rui Semedo numa declaração à comunicação social na Praia.
O presidente do PAICV realçou “os sinais” que já existiam e que levaram o partido a superar a meta mínima estabelecida de 12 câmaras.
Rui Semedo referiu que em termos de representatividade de votos, o principal partido da oposição parlamentar prepara-se para saltar “de 38% dos eleitores (…) para 68%”.
Francisco Carvalho, presidente reeleito da Câmara da Praia pelo PAICV, celebrou a vitória do partido na capital, mas também no arquipélago.
“É altura de começar a preparar o futuro”, referiu Francisco Carvalho, numa declaração de vitória, na Praia.
“Este resultado não se verifica só ao nível da Praia, mas é todo o quadro nacional que muda. Cabo Verde fica pintado de amarelo”, disse, numa alusão à cor do PAICV.
Francisco Carvalho tinha conquistado o principal município do país ao MpD, em 2020, numa eleição renhida, em que ganhou por uma diferença inferior a mil votos, conseguindo agora descolar para uma vantagem de cerca de 10.000.
O autarca reeleito venceu a candidatura de Abraão Vicente, ex-ministro que o MpD tinha destacado para tentar reconquistar a capital.
Na declaração de vitória, Carvalho recordou que, na abertura do ano político, em Setembro, tinha indicado que o PAICV devia ter como meta alcançar, pela primeira vez, a maioria nas autarquias.
“Disseram-me que era ambicioso demais, que era um desvario”, mas era uma meta que tinha em atenção “uma degradação da governação do país” e a “capacidade crítica dos cabo-verdianos”, referiu.
“Os resultados vieram confirmá-lo”, acrescentou Francisco Carvalho.