Posição defendida, embora com diferentes abordagens, pelos partidos com assento parlamentar, na noite desta segunda-feira, durante o programa “Plenário” da Rádio Morabeza.
Em representação do MpD, Agostinho Lopes considera a independência a base das conquistas de Cabo Verde, embora admita desafios por vencer.
“Eu acho que o país precisa de uma mobilização geral, precisa de se adaptar àquilo que são as mudanças que estão em curso no mundo, precisa encontrar o seu nicho para poder ter acesso aos recursos necessários para o seu desenvolvimento. As dificuldades são enormes. Nós temos ainda por vencer o desafio da pobreza, o desafio da nossa juventude, das suas insuficiências, do problema dos rendimentos. Nós temos que resolver os nossos problemas de energia para dependermos menos daquilo que vem do exterior e nós temos, sobretudo, de olhar para o nosso país como um país possível, como um país viável e que tem nos seus filhos, de facto, o melhor recurso e que esse recurso deve ser valorizado por todos os meios possíveis”, afirma.
Para o PAICV, Cabo Verde atravessa um momento de transição e é fundamental manter uma postura realista e pragmática. Adilson Graça afirma que, actualmente, o país tem menos margem para errar e que é necessário definir prioridades.
“E as prioridades são incrementar o desenvolvimento económico para se poder combater a pobreza. E combater a pobreza fazendo investimentos fundamentais nas áreas da energia, nas áreas dos transportes, na educação, na saúde, na cultura e no desporto. Mas há uma coisa que nós temos que passar a fazer enquanto governantes aqui. Estou a falar dos desafios não do país, mas da governação do país. A primeira coisa, mostrar à sociedade que não somos um país corrupto. Mostrar à sociedade as coisas como elas acontecem. (0:36) Investir na transparência e no combate à corrupção ou então no combate à ideia da corrupção”, diz.
A UCID vê a independência como o início de um novo capítulo na vida política, económica e social do país. Cinquenta anos depois, Anilton Andrade aponta como prioridade imediata romper com o bipartidarismo.
“Imediatamente temos que romper com o bipartidarismo em Cabo Verde. Isto tem de ser uma prioridade imediata e as pessoas devem perceber isto de uma vez por todas. Temos de dar vez e voz à juventude, temos de vencer de facto o desafio da pobreza. O desenvolvimento económico sustentável também é um grande pilar a se ter em conta. A adaptação às mudanças climáticas, que hoje é um desafio global. A promoção da diversidade económica com foco no turismo sustentável, por exemplo. Nas energias renováveis, criar melhores condições nos sectores-chave”, aponta.
Na última edição do “Plénário” da Rádio Morabeza, esteve em debate as "comemorações dos 50 anos da independência", iniciadas oficialmente a 25 de Abril.
As celebrações decorrerão até Dezembro, com o ponto alto marcado para 5 de Julho, dia da independência.