​Partidos priorizam diversificação económica para Cabo Verde como país de rendimento médio-alto

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,15 jul 2025 9:32

Adilson Jesus, João Gomes e António Monteiro
Adilson Jesus, João Gomes e António Monteiro

Os partidos com assento parlamentar defendem uma aposta forte na diversificação económica, considerada essencial para que Cabo Verde ultrapasse os desafios de um país de rendimento médio-alto. O reforço de sectores como a economia azul, a economia digital, a agricultura e a indústria, assim como a melhoria da conectividade interna e externa, está entre as principais prioridades apontadas, ainda que com algumas diferenças de abordagem entre as forças políticas.

Posições expressas esta segunda-feira à noite, no Plenário, o programa de debate político da Rádio Morabeza.

Do lado do MpD, o deputado João Gomes considera que a passagem de Cabo Verde de país de rendimento médio-baixo para médio-alto é motivo de celebração. Ainda assim, reconhece os desafios que essa nova classificação impõe, sobretudo devido à forte dependência do turismo.

“O Governo está a trabalhar bem e a prova disso é que temos estado a responder satisfatoriamente a todos os desafios que temos enfrentado. Agora, não podemos esquecer que nós continuamos a ser um país dependente do turismo. Temos que diversificar. Portanto, os desafios que se colocam a Cabo Verde continuam a ser enormes. Mas permitam que eu diga, neste momento Cabo Verde começa a dar os seus primeiros passos na chamada Economia Azul. Economia Azul é uma diversificação da nossa economia. Ainda recentemente inaugurámos um terminal de cruzeiros. E isso é diversificar a nossa economia. A nossa meta é tudo fazer para nos próximos tempos ter o rendimento per capita suba para 7 mil dólares”, diz.

O PAICV reconhece que a nova graduação traz oportunidades para Cabo Verde, mas defende que é preciso dar um salto mais ambicioso, já que o actual modelo centrado no turismo não será suficiente para sustentar o país. Adilson Jesus lembra que, com o nível de desenvolvimento atual, Cabo Verde já não é elegível, por exemplo, para apoios do Fundo Internacional para o Desenvolvimento Agrário e pode vir a perder acesso a doações, alívio da dívida e empréstimos com juros mais baixos.

“Aqui temos que reinventar. E reinventar é principalmente diversificar a nossa base económica. Temos que conseguir ter indústria, temos que conseguir dar respostas a nível da agricultura, temos que conseguir dar resposta a nível das oportunidades de desenvolvimento no setor cultural, entretenimento e também a nossa diplomacia tem que passar a ser novamente programática. Deixar de ser de faits divers e passar a ser programático para ir buscar de verdade aquilo que o país precisa que são investidores, investidores sérios em áreas concretas, nomeadamente na indústria, na economia azul e na área cultural”, defende.

A UCID considera a passagem de Cabo Verde de país de rendimento médio-baixo para médio-alto como “uma boa nova”, que os cabo-verdianos devem sentir no bolso e à mesa. O deputado António Monteiro defende que o primeiro passo deve ser aproveitar o desenvolvimento tecnológico já existente e apostar fortemente na diversificação da economia, com foco na agricultura e na economia digital.

“O que temos que fazer face a essa graduação, que vai limitar-nos demasiadamente nos apoios ao desenvolvimento, é termos a capacidade não só de diversificarmos a nossa economia, criarmos outros vectores capazes de gerar riqueza e acima de tudo mostrarmos que os nossos governantes, até hoje, não têm sabido capitalizar aquilo de bom que este país tem”, afirma.

O Banco Mundial elevou, a 1 de Julho, a classificação de Cabo Verde de país de rendimento médio-baixo para médio-alto, de acordo com os critérios estabelecidos pela instituição.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,15 jul 2025 9:32

Editado porSara Almeida  em  16 jul 2025 9:19

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