Face a esta situação, os democrata-cristãos solicitaram um debate parlamentar com o Governo, durante a segunda sessão parlamentar de Junho, que arranca esta quarta-feira, na Assembleia Nacional. A antevisão foi feita esta manhã pela deputada Zilda Oliveira.
“Embora o Governo tenha reiteradamente anunciado políticas e estratégias para fomentar e fortalecer o setor privado nacional, a realidade quotidiana das empresas revela um distanciamento considerável entre o discurso governamental e a concretização destas políticas, observando-se uma fragilidade persistente no tecido empresarial privado, que compromete não só a sua competitividade no mercado interno como no mercado externo, com fraca capacidade para aproveitar de forma plena os acordos internacionais de comércio e investimento”, aponta.
A UCID considera que o sector privado nacional continua a enfrentar vários constrangimentos que dificultam o seu desenvolvimento. O partido destaca problemas de ordem aduaneira, como a morosidade nos processos de desalfandegamento e a aplicação desigual de taxas, dificuldades nos transportes, bem como obstáculos no acesso ao crédito, devido à burocracia, exigência de garantias e taxas de juro elevadas.
“E um custo de contexto bastante elevado, que interfere de forma negativa no desenvolvimento das atividades empreendidas pelo setor empresarial privado. O Estado, por sua vez, em vez de facilitador, tem-se revelado, muitas vezes, um entrave ao desenvolvimento, que se manifesta no excesso de burocracia, na morosidade nos serviços públicos e na insegurança jurídica”, entende.
Por outro lado, a UCID considera que o debate com o Primeiro-ministro sobre o presente e o futuro da economia cabo-verdiana “chega tarde” ao Parlamento. A segunda sessão parlamentar de Junho começa amanhã e termina na sexta-feira. Em destaque, estarão dois debates: um com Ulisses Correia e Silva e outro, igualmente, com o Governo, sobre “Questões de Política Interna e Externa”.