O apelo foi feito pela deputada Carla Carvalho, durante a declaração política na sessão plenária.
Carla Carvalho afirmou que Santiago Norte, segunda maior região política do país, requer uma atenção especial do governo central, tendo em conta os prejuízos significativos registados após as chuvas de Novembro.
A deputada lembrou que se trata de uma região composta por seis municípios e com cerca de 121 mil habitantes, onde a agricultura, a pecuária, a pesca e o turismo constituem a base da economia local.
“Santiago Norte é o celeiro de Cabo Verde. É a região mais produtiva do país e aquela que reúne as melhores condições para o desenvolvimento da indústria agropecuária”, afirmou.
Como exemplo, referiu que somente o município de Santa Cruz possui a mais alta taxa da actividade agrícola de regadio do país, com 16,2%, segundo os dados do RGA de 2015.
“As famílias, os agricultores, os criadores de gado e os operadores económicos viram o seu trabalho de meses e anos destruído pela força das cheias e enxurradas”, apontou.
O PAICV criticou a demora na resposta governamental, lembrando que, embora o Executivo tenha declarado o estado de calamidade e anunciado medidas de emergência, passados mais de 30 dias, ainda o Governo não chegou a todas as comunidades e ribeiras agrícolas afectadas para fazer o levantamento dos estragos.
“Estamos a falar de pessoas e de famílias que perderam quase tudo. Por isso, queremos levantar a voz para exigir mais celeridade e mais empatia com a região. Os agricultores que perderam as suas culturas, os criadores que perderam os seus animais, os operadores económicos que viram os seus investimentos
destruídos não precisam de promessas, que demoram a ser cumpridas à semelhança do que está a acontecer, por exemplo em São Vicente, precisam sim do amparo do estado para a recuperação das suas vidas, dos seus negócios e do regresso à normalidade”, declarou.
O Grupo Parlamentar do PAICV exortou o Governo a implementar um programa claro e abrangente de apoio, garantindo que ninguém fique de fora, desde as famílias que perderam as suas casas aos agricultores, criadores, empresários e municípios com infra-estruturas danificadas.
Carla Carvalho lembrou ainda a existência do Fundo Nacional de Emergência, frisando que a emergência é para ser respondida de forma célere, em dias e semanas, e não em meses e anos.
“A Região Santiago Norte precisa do amparo do Estado. O pão para a mesa não espera”, concluiu.
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