Olavo Correia respondia a questões colocadas por Manuel Inocêncio Sousa, do PAICV, sobre a situação actual da companhia aérea nacional e defendeu que a Cabo Verde Airlines (CVA), à semelhança do que acontece com outras companhias aéreas existentes a nível mundial, não pode existir sem ter o Estado como accionista. "É assim em Portugal, na Inglaterra, na Alemanha", acrescentou.
Olavo Correia explicou de seguida que o objectivo do Estado é transformar a CVA numa empresa "saudável financeiramente e colocá-la ao serviço de Cabo Verde e da economia cabo-verdiana".
Para Olavo Correia tem sido isso "que tem acontecido até agora e é isso que vai acontecer nos próximos tempos. Esperemos que nos próximos tempos o mercado internacional se reconfigure e, em função disso, o Estado criará as condições para sair".
Para Olavo Correia, o Estado não tem que ter empresas públicas para implementar políticas públicas. "O Estado define as políticas, em muitas áreas tem uma agência de regulação que regula os mercados e depois tem os operadores que podem ser privados, de capital misto ou públicos", acrescentou, sublinhando que "não é pelo facto de uma empresa ser pública que temos política pública e não é pelo facto de as empresas serem privadas que deixamos de ter políticas públicas".
De recordar que a TACV, depois de gerida durante um ano pelo grupo Icelandair, foi privatizada dando origem à Cabo Verde Airlines da qual a empresa islandesa detém 51% do capital através da Loftleidir Cabo Verde. O Estado manteve, depois deste processo, 49% do capital do qual alienou, numa primeira fase 5%, que foram vendidos a funcionários da empresa e, depois, outros 5% vendidos a emigrantes cabo-verdianos.
O Estado, anunciou por diversas vezes o ministro das Finanças, tinha como objectivo vender os restantes 39% do capital que ainda detinha, um processo que acabou por não se concretizar principalmente por causa da pandemia de COVID-19, que obrigou a uma paralisação do sector da aviação civil a nível mundial e levou a uma crise profunda no sector.
A CVA parou as suas operações em Março deste ano ainda antes de o governo anunciar o encerramento das fronteiras por causa da pandemia.