Alunos de escolas secundárias da Praia manifestam-se pela publicação das notas e melhorias no sistema de ensino

PorSheilla Ribeiro,4 abr 2024 11:52

Centenas de estudantes das escolas secundárias Domingos Ramos, Pedro Gomes, Cesaltina Ramos, Manuel Lopes e Regina da Silva, todos da Praia, uniram-se hoje numa manifestação pacífica, protestando contra o congelamento de notas e exigindo melhorias no sistema educacional.

“Hoje algumas escolas secundárias da Praia resolveram unir-se para fazer uma manifestação pacífica com o objectivo de reivindicar o nosso direito de ter as nossas notas publicadas”, disse Maila Soares, aluna do 12.º ano no liceu Domingos Ramos.

Conforme esta estudante, a manifestação também visa apoiar os professores na luta pelos seus direitos.

Paula Oliveira, também do 12.º ano do Liceu Domingos Ramos, manifestou descontentamento com as condições de segurança e aprendizagem nas escolas.

"Estamos descontentes. Como é suposto estarmos num ambiente inseguro? Como podemos aprender num ambiente em que qualquer um pode entrar e estar no mesmo espaço que nós? Outros agridem os próprios alunos, como é suposto estarmos num ambiente onde qualquer um entra para roubar? Até o filho da diretora do liceu já foi roubado dentro da escola. No portão da escola, há sempre roubos. Há estudantes que entram na escola com armas brancas, e todos sabem quem são, mas não se toma nenhuma providência", afirmou Paula Oliveira.

A estudante também fez referência a falta de recursos básicos nas salas de aula como giz, ventoinhas e cortinas.

“Há professores que foram solidários e trouxeram cortinas das suas casas para colocar nas salas porque não havia. O quadro tem pouca visibilidade. Como é suposto estarmos num ambiente com muito calor e nem nós, estudantes, somos valorizados no sistema de avaliação? O sistema de ensino está super frágil e há muitos professores que se esforçam muito e não são valorizados, alegando que os professores trabalham apenas 5 horas por dia. Mentira. Há professores que nem planeamento de matéria têm e que têm de pensar por eles mesmos", apontou.

Paula Oliveira ressaltou a importância dos professores e a solidariedade dos estudantes para com estes.

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"Os professores são a nossa base, o nosso apoio. Sem eles, não haveria governantes, nada. Estamos solidários com os professores, porque se não tiverem a suas reivindicações atendidas, não temos notas. Como é que nós, do 12.º ano, vamos para o curso [superior] sem notas? Como nos vamos candidatar?"

Edmilson Mendes, do 12.º ano da Escola Técnica, também reconheceu a legitimidade das reivindicações dos professores e destacou a necessidade urgente de resolver o impasse para que os estudantes possam avançar nas suas trajetórias académicas.

Conforme sublinhou, a situação dos professores afecta directamente os estudantes, impedindo-os de prosseguir para o ensino superior e buscar carreiras desejadas.

“Nós, os estudantes não temos nada a ver com o problema dos professores, mas o problema dos professores têm nos afectado. Nós não estamos aqui contra os professores, mas também não estamos contra os governantes. Estamos aqui para que os problemas dos professores sejam resolvidos para não sermos afectados e tenhamos as nossas notas”, frisou.

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De referir que os professores retiveram notas do segundo período em 40 escolas, no contexto dos protestos que duram há vários meses contra o Governo, queixando-se de ameaças que ponderam levar a tribunal.

O congelamento das notas já havia sido admitido durante uma manifestação de professores, na cidade da Praia, em Fevereiro.

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Autoria:Sheilla Ribeiro,4 abr 2024 11:52

Editado porAndre Amaral  em  3 mai 2024 7:20

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