Esta posição do MpD foi defendida pelo deputado Luís Alves, na declaração política do partido. Conforme discursou, nos últimos dez meses o governo, liderado por Ulisses Correia e Silva, conseguiu uma “maior” capacidade de organização e autonomia do Sistema de Saúde e capacidade efectiva de resposta à crise da COVID-19.
“Recrutamento de mais 11 médicos, mais 239 enfermeiros e várias dezenas de técnicos, e pessoal operacional, para o Sistema Nacional de Saúde. Mais seis laboratórios de testes em várias ilhas. Aquisição de testes para a nossa população, em valores superiores a 770 mil contos”, enumerou.
Segundo o deputado, a comunidade internacional “reconhece em coro todo o esforço e feitos, conseguidos pelo actual Governo” que, no seu entender, “tem-se mostrado de rosto humano e sensível à saúde dos cabo-verdianos”.
Entretanto, na sua intervenção, o deputado do PAICV, Julião Varela, argumentou que é preciso evidenciar todas as infraestruturas construídas ao longo dos anos, tais como os hospitais, os centros de Saúde e que “de facto tiveram impacto sociais importantes”.
“Se hoje se fala em recrutamentos é porque há gente formada e em quatro anos não se faz a formação de um médico. Eventualmente, os enfermeiros podem formar-se neste tempo, mas para haver recrutamento é preciso que haja gente formada”, defendeu.
De acordo com Julião Varela, foi o MpD que, pela primeira vez, aumentou os custos da comparticipação dos cidadãos na saúde, já que “muitas classes” que estavam isentas passaram a pagar.
Agora, prosseguiu, dando conta do erro, o MpD quer corrigir a situação implementando mais elementos de isenção.
“A saga pelo aumento continua na política do MpD e a última medida que foi tomada foi aumentar os custos da taxa moderadora e as pessoas vão sentir isso quando forem aos centros de saúde e aos hospitais, vão passar a pagar mais pelos serviços que lhes são prestados”, disse.
Já a UCID entende que é sempre possível fazer mais pela Saúde tendo em conta os recursos disponibilizados pelos apoios internacionais, mas também pelos cabo-verdianos para cuidar da saúde e da pandemia.
“Apesar de reconhecermos algum esforço por parte do Governo na questão da pandemia, precisamos organizar melhor, precisamos ter mais recursos e precisamos acima de tudo dar uma atenção especial ao sector da saúde na sua generalidade para que possamos melhorar cada vez mais a prestação de cuidados de saúde”, posicionou-se o líder da UCID António Monteiro.