A UCID declara que o relatório da inspecção reforça as denuncias do partido. Segundo Jorge Fonseca, líder de bancada, o documento expõe a falta de rigor e transparência na administração do município.
“Fizemos uma análise bastante profunda deste relatório e a única conclusão a que chegámos é que a Câmara, na pessoa do senhor presidente, não tem conseguido fazer uma gestão de qualidade. Estamos perante uma gestão sem rigor, ineficiente, ineficaz e que condiciona a transparência de uma boa gestão. Estamos perante uma gestão danosa, não há outro termo”, afirma.
Da bancada do PAICV, a eleita Leila Barros considera que, para o partido, o relatório mostra insuficiências na gestão municipal.
“O objectivo desta inspecção foi a verificação da legalidade, da regularidade e da boa gestão dos recursos públicos de São Vicente. Os resultados desta acção levam-nos a constatar uma série de pontos fracos que nos mostram, claramente, que a Câmara Municipal não tem feito uma boa gestão”, observa.
Para o Más Soncent houve crime na gestão da coisa pública. Albertino Gonçalves alerta para aquilo a que chama de irregularidades que resultaram em danos para o erário público.
“Foram observadas irregularidades que resultaram em dano ou prejuízo ao erário público. O erário público deve ser bem gerido e, quando assim não acontece, há que assacar responsabilidades. A equipa camarária vai fazer as suas correcções, mas sublinho que houve actos cometidos e estes estão traduzidos em factos palpáveis”, sublinha.
Em defesa do executivo municipal, Flávio Lima, líder da bancada do MpD, defende que o relatório da Inspecção Administrativa Financeira e Patrimonial não coloca em causa a transparência na gestão do município. Segundo o eleito municipal, o documento constatou ilegalidades sanáveis, devidamente justificadas.
“Em qualquer inspecção, se há indícios de crime e de dano ao erário público, os inspectores automaticamente accionam o Ministério Público, isso está na lei. É de uma irresponsabilidade passar para fora aquilo que os inspectores não disseram. A UCID fez cavalo de batalha com isso. Vamos dar os esclarecimentos necessários, mas vamos com calma. Dizer que há gestão danosa não é verdade”, esclarece.
A inspecção analisou a gestão municipal de São Vicente entre 2016 e 2019, tendo em conta os planos de actividades, orçamento municipal e a sua execução, endividamento da Câmara Municipal, gestão patrimonial e obrigações fiscais.