As posições dos partidos foram hoje defendidas no parlamento, durante o debate com o ministro da Administração Interna, Paulo Rocha.
O deputado do PAICV, Démis Lobo, apontou como exemplo de falhas as promessas de prevenção criminal primária, de policiamento de proximidade, de tolerância zero para com a criminalidade, de robustas políticas de reinserção social e de motivação dos agentes de segurança.
Segundo Démis Lobo, o problema da insegurança e da criminalidade apresenta múltiplas causas, com as quais o governo não tem sabido lidar. Conforme disse, falta coordenação social, com intencionalidade de prevenção criminal primária, capaz de assegurar a execução de políticas aptas a combater as desigualdades, a marginalização e a exclusão sociais.
“Mas, também, nota-se que o Estado está a perder autoridade, a nossa Polícia Nacional não está motivada, a Reinserção Social é uma miragem, uma não política, com resultados de paradigma zero, que desembocam na crescente reincidência criminal. Isto, para além dos clássicos problemas associados à fabricação de armas, ao porte e uso indevido de armas e munições, ao tráfico e consumo de drogas, álcool, e outras substâncias psicoactivas”, ressaltou.
Na sua intervenção, a UCID disse entender que os serviços competentes com a responsabilidade na matéria estão a esforçar para dar aos cabo-verdianos, acima de tudo nos maiores centros urbanos, uma maior tranquilidade no dia-a-dia.
Segundo Dora Pires, os profissionais da polícia de uma forma geral estão muito engajados no combate ao crime quer a nível das chefias, quer ainda ao nível dos operacionais.
“Não queremos atribuir nenhuma responsabilidade directa a esta corporação até porque pelo que atrás ficou dito reconhecemos o empenho dos mesmos. Mas a motivação, mais meios materiais e recursos humanos são necessários”, afirmou.
No entanto, continuou, a população não está satisfeita, sente-se intranquila, com medo, confinada a quatro paredes, com casas gradeadas, prejudicando assim o normal andamento da vida no dia-a-dia.
Assim, apontou que o emprego como resultado do crescimento económico poderá ser uma saída, bem como o controle do tráfico de droga, a recolhas das armas nas mãos dos grupos e na população.
“A valorização de todos os cidadãos nacionais e dos que escolheram viver nestas ilhas, independentemente do seu grau académico, religião, cor da pele, partido político e status social, também, poderá ser uma outra saída. A formação profissional e a retoma da educação oficinal serão outras alternativas. A competente utilização dos serviços de inteligência de certo que trará ganhos ao combate à insegurança bem como a adequação da legislação à nova realidade poderão ajudar”, sugeriu.
Por sua vez, o MpD afirmou que muito se tem feito quer seja ao nível da organização e qualificação do Sector da Segurança Interna, como também no plano social destacando, por exemplo, as medidas para requalificação dos espaços públicos e dos bairros; reforço da iluminação pública; reforço e alargamento do ensino obrigatório e gratuitidade; políticas de inclusão social; entre outros.
O deputado Aniceto Barbosa reconheceu ainda que o governo tem muitos desafios pela frente, onde a valorização das forças de segurança, combinado com as admissões e formações permanentes são e serão mecanismos fundamentais no alcance do objectivo pretendido em termos de combate garantia da segurança aos cidadãos.
“Valorizando, aprofundando, trabalhando e dialogando com todos intervenientes, porque com os desafios que temos pela frente implica sentimento de responsabilidade colectiva e sobretudo sentido de Estado”, discursou.
Aniceto Barbosa reiterou que o combate à criminalidade é para ganhar, para ter um país cada vez atractivo, cada vez mais tranquilo e com a qualidade de vida que todos almejam.