São afirmações feitas, na noite desta segunda-feira, pelas forças políticas com representação parlamentar, em mais uma edição do programa “Plenário”, espaço de debate político da Rádio Morabeza.
Do lado do MpD, apesar de defender o direito à manifestação, Armindo Gomes diz que o protesto do 1º de Maio foi politizado.
“Independentemente de nós aprovarmos a manifestação, essa manifestação é uma manifestação política. Os sindicatos continuam a ser manipulados pelo PAICV. Nós somos a favor da manifestação, é um direito consagrado na Constituição. Mas um sindicato que está com problemas para pagar os funcionários consegue mobilizar as pessoas, aquilo foi patrocinado, só pode. Foi uma mobilização muito boa, teve uma boa participação e nós gostamos de qualquer reivindicação de direitos. Agora, vir dizer que a manifestação não é politizada, eu sou literalmente contra, porque é uma manifestação essencialmente política”, entende.
Afirmações repudiadas por Adilson Graça, presidente da Comissão Política Regional do PAICV em São Vicente.
“Tenho que dizer que foram afirmações muito graves para um representante de um partido que se diz democrático. Mas também pelo nível de democracia que se tem praticado por parte do partido, entendo que seja esse o entendimento de democracia. Mas os sindicatos não têm capacidade de fazer uma manifestação? O que é que custou a um sindicato pôr uma manifestação na rua? Ele fala de sindicatos manipulados. Porque é que os sindicatos são manipulados? Os sindicatos têm hoje motivos de sobra para trazerem os trabalhadores à rua”, considera.
A UCID, através do líder da bancada municipal do partido na ilha do Porto Grande, Jorge Fonseca, apoia a manifestação que, segundo diz, expressa a vontade dos participantes.
“O meu colega Armindo certamente tem os seus argumentos e as suas razões que o levam a fazer tais afirmações. Mas eu não vou bater nesta tecla, porque eu sou pela manifestação do 1º de Maio, dia dos trabalhadores. Os trabalhadores têm que sair à rua, independentemente de quem está por detrás. A manifestação foi bem-vinda porque expressou a vontade das pessoas que participaram”, diz.
Recorda-se que trabalhadores de diferentes classes profissionais saíram à rua no dia 1 de Maio, em diversos pontos do país. Manifestaram pela melhoria das condições de trabalho, contra a precariedade laboral e contra o aumento do custo de vida.