Para Baptista Pereira a situação em que o país se encontra é resultado da “incapacidade de um Governo esgotado, que, apesar de uma elevada dose de propaganda e marketing político, através dos órgãos de comunicação social públicos, feiras e fóruns, se mostra longe de honrar os compromissos que assumiu perante os cabo-verdianos”.
O líder parlamentar do PAICV acusou igualmente o governo de não “atingir a meta de crescimento médio real mínimo de 7% ao ano. Não cumpriu a promessa de reduzir o desemprego a um dígito e o desemprego jovem na ordem dos 50% em cinco anos, através da criação de um mínimo de 45.000 novos empregos dignos e bem remunerados”.
Continuando a apontar críticas ao governo, o líder da bancada parlamentar do maior partido da oposição acusou a equipa liderada por Ulisses Correia e Silva de não ter honrado “o compromisso de actualização anual dos salários e pensões, incluindo o salário mínimo, e de reduzir a carga fiscal em 1% ao ano, até atingir 5% em cinco anos. A inflação acumulada dos últimos anos atinge 18,9%, e o poder de compra dos cabo-verdianos continua a degradar-se. Cada vez mais famílias enfrentam dificuldades financeiras para fazer face às despesas do seu agregado familiar”.
Também nos transportes o “Governo não foi capaz de construir um sistema de transportes integrado, competitivo e seguro, que é essencial para a unificação do mercado nacional e a redução das assimetrias económicas entre as ilhas”, defendeu João Baptista Pereira.
Para o PAICV o governo falhou igualmente no cumprimento das promessas de redução da pobreza e na redução da criminalidade.
Na educação “a reforma curricular e o novo sistema de avaliação desenhados pelo Governo têm tido consequências gravosas para o nosso sistema de ensino” e o governo “não se mostra capaz nem disponível para o diálogo com os sindicatos representativos da classe docente, fazendo antever um mais um ano lectivo atribulado, com todas as consequências para os alunos, pais e encarregados de educação”.
Na saúde a “insuficiência de recursos humanos, falta de meios técnicos de diagnóstico, a rutura permanente de medicamentos básicos e o aumento das listas de espera evidenciam a incapacidade deste Governo em melhorar a capacidade de resposta do sistema nacional de saúde”.
Quanto à dívida pública o líder da bancada do PAICV diz que esta tem “aumentado a um ritmo alarmante, atingindo mais de 315 milhões de contos em 2024”.
“Este governo praticamente duplicou o stock da dívida em apenas 8 anos, sem realizar as infraestruturas prometidas” acusou João baptista Pereira que lembrou projectos não cumpridos pelo governo como o o Aeroporto Internacional de Porte Médio de Santo Antão, a requalificação do Aeroporto Internacional Cesária Évora, as obras de ampliação do aeroporto de São Nicolau, as obras de ampliação do Aeroporto do Maio em Aeroporto Internacional de Porte Médio, o aeródromo de protecção civil na Ilha de Santiago, as obras de ampliação do Aeroporto do Fogo em Aeroporto Internacional de Porte Médio, o Aeródromo da Brava e os Portos Integrados de Recreio e Marina em Tarrafal e Ribeira da Barca, assim como o Hospital de Cabo Verde.
O parlamentar do PAICV serviu-se igualmente dos dados do INE sobre Governança, Paz e Segurança para destaca que “relativamente ao ano de 2016, o nível de confiança dos cabo-verdianos diminuiu para todas as instituições públicas analisadas, destacando os tribunais e procuradorias que caíram de 67,3% em 2016 para 32,6%, a segurança social caiu de 78,4% em 2016 para 55,8%, as autoridades fiscais e aduaneiras que caíram de 52% em 2016 para 31,5% e a segurança social que despencou de 78,4% em 2016 para 55,8%”.
O primeiro-ministro, concluiu João Baptista Pereira, “não pode ignorar estas avaliações”.