Posição expressa na sessão solene do 13 de Janeiro, realizada hoje no parlamento, em celebração do Dia da Liberdade e da Democracia.
Celso Ribeiro, líder da bancada parlamentar do MpD, afirma que face às ameaças do actual contexto global, a democracia cabo-verdiana tem de ser mais eficaz na resposta às necessidades e aspirações dos cidadãos.
“A nossa economia tem de superar os desafios da produção e da produtividade, para que se possa criar mais e melhores empregos e aumentar o rendimento das famílias, de forma que o crescimento económico se traduza numa distribuição mais equilibrada dos rendimentos e na melhoria crescente das condições de vida das populações (…) A nossa democracia tem de ser mais eficaz, eficiente e efetiva na prestação de serviços públicos universais de qualidade, com equidade e justiça”, refere
João Baptista Pereira, líder do grupo parlamentar do PAICV, indica que a celebração do Dia da Democracia e da Liberdade oferece uma oportunidade de avaliar o estado da democracia.
“A democracia deve andar de mãos dadas com o desenvolvimento. Tem de se traduzir na criação de condições favoráveis ao progresso, a melhoria contínua das condições de vida e ao bem-estar de todos os cabo-verdianos. Cabo Verde precisa gerar empregos e rendimentos suficientes, especialmente para a juventude, enfrentando assim a imigração como consequência de limitações económicas. A democracia só cumpre o seu verdadeiro propósito quando se traduz em progresso contínuo, elevando a qualidade de vida e promovendo o bem-estar social de todos”, destaca.
Para o presidente da UCID e deputado nacional, João Santos Luís, Cabo Verde enfrenta o desafio de conjugar a sua responsabilidade histórica com os desafios de desenvolvimento, e sublinha que a democracia exige uma vigilância constante.
“Assegurando que os princípios fundamentais que moldaram esta nação permaneçam firmes e inabaláveis. (…) A construção de uma democracia plena em Cabo Verde exige uma vigilância constante, requer um compromisso renovado com a transparência, a luta contra a corrupção, a desigualdade e marginalização, a justiça social e a educação cívica. É essencial a formação de uma cultura de respeito pela dignidade humana, através da promoção e da vivência dos valores da liberdade, da justiça, da igualdade, da solidariedade, da cooperação, da tolerância, da diversidade e da paz”, defende.
Os partidos com assento parlamentar expressaram preocupação com a elevada taxa de abstenção que tem marcado os últimos actos eleitorais. Nos seus discursos, também renderam homenagem aos protagonistas que “lutaram pela conquista da liberdade e da democracia”.