Ulisses Correia e Silva fez esta afirmação no parlamento, durante a abertura do debate “O presente e o futuro da economia cabo-verdiana: estratégias de crescimento sustentável e inovação”.
“Cabo Verde depende hoje menos da ajuda externa e a tendência futura é para cada vez menos ajuda. Esta realidade exige políticas cada vez mais incisivas, inovadoras e sustentáveis para promover o crescimento económico induzido pelo investimento do setor privado e pelas exportações, num ambiente de estabilidade macroeconómica”, discursou.
O chefe do Governo considera que esta mudança se deve, em grande parte, à recuperação económica registada após a pandemia da COVID-19, com um crescimento de 7,3% em 2024, uma inflação controlada de 1%, e uma redução consistente da dívida pública, do desemprego e da pobreza.
“A economia está a crescer de forma robusta e os resultados tocam directamente as pessoas. Temos menos desemprego, que passou de 15% em 2016 para 8%, menos pobreza que caiu de 35,5% em 2015 para 24,7% em 2023 e mais jovens empregados. O desemprego jovem passou de 41% em 2016 para 20,1% atualmente”, frisou.
Segundo o Primeiro-ministro, esta consolidação interna permite ao Estado pagar salários de funcionários públicos, magistrados, médicos, enfermeiros, professores e garantir o funcionamento dos sectores de justiça, saúde, segurança e educação com cada vez menos recurso à ajuda externa.
Neste novo ciclo, prosseguiu, o Governo aposta fortemente em políticas integradas que estimulem o investimento privado, a inovação, as exportações e a diversificação económica.
O turismo, a economia azul, a economia digital e a transição energética são pilares estratégicos para a sustentabilidade do crescimento, conforme apontou.
“Estamos a criar as condições para que a economia se torne mais resiliente aos choques externos. Queremos um crescimento que seja sustentável, que aumente o rendimento das famílias e que contribua para a coesão territorial e o empoderamento económico”, explicou.
Nesse sentido, Ulisses Correia e Silva anunciou a intenção de reduzir gradualmente o Imposto sobre o Rendimento das Empresas para 15% até 2030 e de rever o Imposto sobre os Rendimentos das Pessoas Singulares, beneficiando sobretudo os rendimentos mais baixos e da classe média.
“Em breve, lançaremos o Fundo Morabeza, com o apoio do BAD, no valor de 24 milhões de dólares, para promover o empreendedorismo e a inovação na economia digital. Continuaremos a investir nos jovens, com mais qualificação, mais financiamento e mais oportunidades”, disse.