Janine Lélis respondia às críticas do PAICV em torno da aeronave King Air, durante o período de questões gerais.
“Estamos a executar aquilo que é o programa do Governo no que diz respeito à modernização e implementação da aviação militar”, afirmou.
Conforme explicou, a escolha da aeronave King Air se baseia na sua concepção multiusos, capaz de responder a diversas missões da Guarda Costeira.
A governante afirmou que a aeronave está equipada com dispositivos médicos certificados e sistemas de vigilância e patrulhamento, bem como preparada para operações de busca e salvamento.
“Está equipada com maca com sistema de oxigénio incorporado, projectada para fornecer suporte médico avançado de vida”, especificou.
Nas suas declarações, a ministra explicou que em Junho de 2024 foi celebrado um acordo com a Agência de Aviação Civil (AAC) para assegurar o registo e a supervisão da aeronavegabilidade do aparelho, tendo em conta a competência técnica acumulada da entidade.
“Os técnicos e inspectores da AAC foram formados nos Estados Unidos para esse tipo de aparelho”, disse.
Ainda de acordo com a ministra, a aeronave passou por várias inspecções antes da sua chegada a Cabo Verde, incluindo duas ainda em solo norte-americano, sendo uma Novembro de 2023, na configuração básica com capacidade de evacuação médica, e outra na versão final com sistemas de missão integrados.
“Foi um longo processo para se obter o registo e o certificado de aeronavegabilidade. Começou em Agosto de 2024 e terminou em Abril de 2025. O certificado emitido é válido para a missão de evacuação médica”, garantiu.
Respondendo às críticas sobre a preparação da tripulação, Lélis esclareceu que os pilotos da King Air, certificados desde Novembro de 2023, foram os mesmos que realizaram o voo que trouxe a aeronave dos Estados Unidos para Cabo Verde, num percurso total de 17 horas.
“Esses pilotos não começaram a pilotar ontem. Estão devidamente qualificados. A familiarização e treino visa ajustar os instrumentos da aeronave com os nossos aeroportos. Não é treino de pilotos, meus senhores”, frisou.
No que tange às alegações de irregularidades ou falta de transparência, acusou o PAICV de recorrer à especulação.
“É uma aeronave com matrícula civil, mas é uma aeronave do Estado. O mais é a especulação sobre a qual o próprio PAICV funciona”, afirmou.
“Lamentamos profundamente que tenha acontecido o incidente, pela importância estratégica desta aeronave, pela sua missão e pelo que vai fazer para Cabo Verde. E esperamos que tudo se clarifique”, acrescentou.
A ministra reforçou que o país se encontra num processo de transição rumo à implementação da aviação militar, conduzido de forma tranquila e segura.
“A primeira evacuação foi feita com sucesso, com técnicos formados e capacitados pelo Instituto de Emergência de Portugal. A aeronave está certificada e qualificada”, concluiu.
De referir que o novo avião da Guarda Costeira, King Air 360 ER, encontra-se temporariamente fora de operação após sofrer danos numa das hélices durante uma aterragem brusca, ocorrida no passado dia 17, na ilha de Santiago.
O incidente ocorreu quando o avião realizou, no passado dia 17 a sua primeira missão médica de emergência, transportando um doente da ilha da Boa Vista para Santiago, a pedido do Ministério da Saúde.