PAICV alerta para problemas com implementação de agrupamentos escolares

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,15 mar 2019 12:50

Bancada do PAICV, Assembleia Nacional
Bancada do PAICV, Assembleia Nacional(Grupo Parlamentar do PAICV)

O PAICV acusa o Governo de insensibilidade quanto à situação dos alunos mais carenciados, devido aos problemas por que passam com a implementação dos agrupamentos escolares. Posição reiterada hoje pelo maior partido da oposição, através de uma declaração política sobre educação, apresentada no Parlamento.

Em causa, segundo José Sanches, as condições de transporte e as distâncias percorridas pelos estudantes.

“Num Governo com sensibilidade social e com rosto humano, nunca poderia acontecer fazer deslocar crianças em tenra idade em condições precárias para assistirem às aulas sem suportar uma cadeia de transporte organizado ou subsídio de transporte para os alunos ou refeição quente nas escolas. Neste momento, as famílias rurais queixam-se de mais uma despesa colocada de forma abrupta, precipitada, e o sacrifício a fazer não representa ganho algum”, entende.

Para o PAICV, o ano lectivo fica marcado pela falta de professores, de salas de aula, de manuais escolares, de legislação que regula os agrupamentos e “ausência” da inspecção da educação.

A UCID junta a sua voz à do PAICV. A deputada Dora Pires entende que os agrupamentos escolares estão a trazer dificuldades às famílias devido às longas distâncias percorridas pelos alunos. Por isso, pede um pacto na para impedir mudanças frequentes no sistema educativo.

“Nós não podemos ter pais, por exemplo em Santo Antão, retirando os alunos das escolas porque não têm dinheiro para pagar transporte. Os agrupamentos estão a trazer consequências, sim, às famílias. As crianças ficam muito tempo fora de casa e com dificuldade de regressar, correm risco de acidente e nós não podemos permitir que essas coisas aconteçam. Temos que fazer um pacto na educação para que os governos não fiquem a mudar o sistema educativo a bel-prazer. Não podemos estar, em pouco tempo, com vários sistemas de ensino”, defende.

Do lado do MpD, a parlamentar Celeste Fonseca recusa a ideia de que o executivo relegou a educação para segundo plano. A deputada reconhece a existência de problemas, mas diz que muitos são consequências de situações criadas pelo anterior Governo.

“É verdade que há problemas e, como já disse, haverá sempre. Mas tem que estar ciente de que muitos dos problemas que nós vivemos hoje são consequência daquilo que se viveu nos anos que antecederam os anos em que estamos a viver: desde professores desmotivados, parque escolar degradado, medidas pedagógicas mais assertivas e mais consentâneas com os tempos que vivemos. Vocês [PAICV] deixaram um rol de problemas que até este momento está a ter consequências”, diz.

O secretário de Estado Adjunto da Educação, Amadeu Cruz, disse que o Governo está a tomar medidas no sentido de garantir que o próximo ano lectivo seja tranquilo. O governante diz que é natural que as reformas estejam a criar ansiedade e assegura que se estão a criar condições para garantir a sustentabilidade do ensino básico e secundário.

“Estamos a fazer o máximo para garantir condições de sustentabilidade do ensino básico e secundário, estamos a garantir condições de sustentabilidade social, garantindo mais transporte escolar, mais alimentação nas cantinas escolares, isenção de propinas até ao 10º ano, ou seja, o Governo tem um compromisso social o desenvolvimento do sistema de ensino”, afirma.

Amadeu Cruz diz que a situação encontrada em 2016 carecia de intervenção. 

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,15 mar 2019 12:50

Editado porNuno Andrade Ferreira  em  6 dez 2019 23:21

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