Paulo Rocha, que discursava hoje no arranque da primeira sessão parlamentar de Junho, diz, entretanto, que Cabo Verde é hoje um país mais seguro.
“O desaparecimento de pessoas, particularmente de crianças, obriga a uma reflexão profunda sobre a complexificação do crime, do impacto social das novas formas de criminalidade. Exige mais das autoridades, mais da polícia da investigação, mais do Ministério Público, mais dos cidadãos, muito mais da classe política”, refere.
“As instituições policias nacionais estão, como sempre estiveram, totalmente comprometidos em poder trazer tranquilidade e paz de espírito a todos nós, face a tudo o que os crimes mais graves trazem, ao sofrimento que os familiares das vítimas vivem diariamente, mas que não devem dar espaço ao discurso de medo, da tragédia ou da desesperança, quando globalmente, hoje digo convictamente que somos um país mais seguro”, diz.
Por outro lado, o governante afirma que os dados relativos aos últimos cinco meses continuam a revelar uma tendência consistente de redução das ocorrências criminais, tanto a nível de crimes contra pessoas, como contra o património. Em termos percentuais, segundo o ministro, a diminuição da criminalidade nos principais centros urbanos chegou aos 20% este ano, em relação a 2018.
“Temos menos ocorrência de Violência Baseada no Género, menos roubos, menos ofensas à integridade física. No que se refere aos homicídios, a tendência nesta altura continua estável em relação ao ano passado, verificando-se o mesmo número de casos em relação aos primeiros cinco meses de 2018, ano em que, no computo geral, houve uma redução de homicídios em Cabo Verde”, aponta.
Paulo Rocha afirma que a política pública de segurança que o executivo projectou para o país revela uma aposta assumida e permanente na prevenção contra os factores de exclusão e marginalização social, no condicionamento dos comportamentos de risco e de auto-exclusão, na redução das oportunidades de ocorrência de crimes. Ao mesmo tempo, conferiu maior capacidade de intervenção reactiva às forças e serviços de segurança.
Mas a tutela aponta a necessidade de a segurança merecer uma agenda nacional.
“Temos que assumir a necessidade de a segurança merecer uma agenda nacional, uma base de entendimentos sobre quais as melhores políticas, sobre o tempo de maturação dessas políticas para que os seus efeitos não sejam fugazes, para que possamos capitalizar os ganhos que se vão acumulando para que as pessoas possam acreditar que é possível melhorar a nossa sociedade”, defende.
O ministro da Administração Interna diz que todos os sectores da governação concorrem para o reforço gradual do ambiente securitário no país.
PAICV responsabiliza Paulo Rocha pelos "problemas de insegurança" no país
O PAICV considera que Cabo Verde continua a enfrentar graves problemas de insegurança e que o único culpado é o ministro da Administração Interna. O líder da bancada parlamentar do maior partido da oposição, Rui Semedo, critica a forma como Paulo Rocha dirige a Polícia Nacional, acusando o ministro de declarar guerra aos agentes.