​PM defende reformas na arquitetura financeira internacional para alcançar os ODS

PorFretson Rocha, Rádio Morabeza,23 set 2023 17:11

O Primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, defendeu hoje a aceleração de reformas, investimentos, financiamentos, parcerias e a solidariedade internacional para atingir os Objectivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), apesar do contexto global difícil. Reforma na arquitetura financeira internacional é uma das questões apontadas.

Ao discursar na 78.ª Assembleia-Geral das Nações Unidas, o chefe do Governo disse que o contexto global difícil não deve ser motivo para descontinuar ou enfraquecer os compromissos para a Agenda 2030.

“Pelo contrário, deve ser motivo para acelerar as reformas, os investimentos, os financiamentos, as parcerias e a solidariedade internacional. Deve ser motivo para implementar reformas na arquitetura financeira internacional; motivo para operacionalizar instrumentos de financiamento climático e ambiental; motivo para aumentar substancialmente os Direitos de Especiais de Saque com simplificação das regras para a sua emissão e atribuição; motivo para aliviar a dívida dos países menos desenvolvidos”, defende.

Na sua intervenção, Ulisses Correia e Silva destacou a necessidade de uma representação “justa e relevante” dos países africanos no concerto das nações, nomeadamente ao nível do Conselho de Segurança das Nações Unidas e das instituições financeiras internacionais como o Banco Mundial e o FMI.

Perante o contexto actual, entende que o momento é para se avançar “decididamente” com o Índice de Vulnerabilidade Multidimensional e sua aplicação pela Comunidade Internacional como critério de acesso a financiamentos de baixo custo e de longo prazo por parte dos SIDS e como critério para maior volume de financiamento.

“O desenvolvimento é uma jornada longa e exigente. Nessa caminhada o contexto externo em que se inserem os países é importante e condicionante. As parcerias para o desenvolvimento e, particularmente as condições de financiamento, são importantes. Mas existe uma condição determinante. O desenvolvimento só se alcança com um forte comprometimento endógeno de cada país: governos, cidadãos, empresas e organizações da sociedade civil”, aponta.

Para o Primeiro-ministro, África precisa crescer mais e ter melhor inserção na economia mundial para produzir, exportar, criar empregos bem remunerados, erradicar a pobreza extrema e proporcionar felicidade aos seus povos. Entende que o continente precisa de transformações estruturais ao nível do perfil de muitas economias baseadas em commodities com baixo valor acrescentado, para economias mais diversificadas, com maior integração nas cadeias de valor, e mais competitivas.

“Transformações ao nível da redução das vulnerabilidades, aumento da resiliência e respostas a choques externos económicos, financeiros, energéticos, climáticos e pandémicos. Transformações estruturais ao nível das conetividades, um dos grandes constrangimentos à integração económica africana. África precisa de uma aposta decisiva, consistente e eficaz no capital humano: educação de qualidade para todos; saúde para todos; acesso a bens básicos como a água, a eletricidade e o saneamento, em casa de cada família”, refere.

Correia e Silva nota que o peso da dívida externa, os níveis dos riscos soberanos e as condições de financiamento dos países e das empresas africanas são assuntos sérios que bloqueiam as saídas para o desenvolvimento. Neste sentido entende que são necessárias soluções estruturadas e consistentes, assim como mecanismos que criem ciclos virtuosos. Aponta, por exemplo, a transformação da dívida em financiamento climático e ambiental.

O governante reafirma que Cabo Verde mantém firme o seu compromisso de atingir os ODS com políticas integradas.

“Temos como objetivo erradicar a pobreza extrema em 2026. Não vamos deixar ninguém para trás na educação. Estamos a acelerar a transição energética. Estamos a investir para reduzir a dependência das fontes de água subterrâneas para a agricultura. Queremos transformar Cabo Verde numa Nação Digital e diversificar a economia. Nós abraçamos a Agenda 2030 das Nações Unidas como nosso roteiro para o progresso. O nosso Segundo Plano de Desenvolvimento Sustentável está orientado para esse compromisso”, realça.

Correia e Silva alerta para momentos de crise mundial

No seu discurso, Correia e Silva apontou o recrudescer do populismo e do extremismo e ataques à democracia, assim como os sucessivos golpes de estado em países africanos. Condenou a guerra na Ucrânia e os golpes de estados em países africanos.

“Nestes tempos difíceis por causa da guerra na Ucrânia, Cabo Verde está do lado dos valores e dos princípios da liberdade e do respeito pela soberania e pela integridade territorial dos povos e dos países. Condenamos a invasão da Rússia à Ucrânia em nome desses princípios e valores. Nestes tempos difíceis por causa de instabilidade e sucessivos golpes de estado em países africanos, Cabo Verde está do lado dos princípios e valores da democracia liberal constitucional. Em nome desses princípios, condenamos o recurso a golpes de estado como forma de acesso ao poder”, afirma.

Com espírito de colaboração e resolução, Ulisses Correia e Silva destacou o compromisso Cabo Verde em trabalhar ao lado de todos os Estados-Membros das Nações Unidas para abordar a insegurança na região oeste africana e no resto do mundo. O líder do executivo não tem dúvidas de que a parceria entre as nações é a chave para superar as ameaças à segurança mundial.

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Autoria:Fretson Rocha, Rádio Morabeza,23 set 2023 17:11

Editado porFretson Rocha  em  11 jun 2024 23:27

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