Artigos de Carlos Bellino Sacadura no nosso arquivo

Da Filosofia Antiga para a Medieval: a Patrística
A conquista da Grécia por Filipe e Alexandre da Macedónia, e a sua integração no Império formado por este último iria assinalar o fim do modelo político, social e cultural, da Cidade-Estado helénica. Deixando de estar limitado ao espaço da polis, surge um modelo de pensamento sem fronteiras, cosmopolita ou universal, com o estoicismo, e a reflexão deixou de se ocupar com a política enquanto comunidade delimitada, para passar a preocupar-se com o indivíduo e a sua orientação existencial, ou seja, com as questões éticas polarizadas entre os estóicos e os epicuristas. Do período helenístico tendo como centro Alexandria, no Egipto, ao do Império Romano, estas correntes permanecem influentes, tendo Séneca e até um Imperador – Marco Aurélio – como pensadores estóicos.

A filosofia como sistema: Aristóteles
Entre três dos maiores filósofos do mundo antigo estabeleceu-se uma relação mestrediscípulo: Platão encontrava-se entre os seguidores de Sócrates, e Aristóteles era aluno de Platão. Mas tratava-se de uma relação criativa: Platão construiu a sua própria filosofia, com a teoria das ideias, e Aristóteles viria a romper com esta teoria, afirmando que era amigo de Platão, mas ainda mais amigo da verdade.

Os Primórdios do Pensamento Filosófico
A questão que forma o núcleo do pensamento dos primeiros filósofos foi a da ordem e origem do Cosmos, Universo ou Natureza – daí terem sido considerados como Filósofos da Natureza e terem como tema a Cosmologia – saber que se ocupa da estrutura do Universo – e a Cosmogonia - saber acerca da origem do Universo. Ficaram conhecidos como pré-socráticos – anteriores a Sócrates – e integrantes do chamado período cosmológico do pensamento filosófico.

A Aventura da Filosofia: Autores e Ideias
Intitulo A Aventura do Pensamento Filosófico: Autores e Ideias este projecto de colaboração com o Expresso das Ilhas, porque queria fazer uma abordagem das obras e pensadores desta área que não adoptasse um tom académico - pouco apropriado para um jornal generalista - ou uma perspectiva de tipo especializado inerente aos textos característicos das produções ligadas à investigação nesta temática, mas sem afastar o rigor inerente a qualquer trabalho com um fundamento científico sério. No entanto, pareceria poder-se esperar que a forma de reflexão desenvolvida pela filosofia estivesse entre as mais populares e universais, porque de algum modo todos somos filósofos, na medida em que pensamos e temos uma visão do mundo resultante da nossa experiência pessoal. Dizendo respeito a todos, deveria figurar nas rubricas dos jornais de ampla circulação, tal como as secções de política, sociedade, cultura ou desporto – o que, manifestamente, não acontece.

Os Ensaios Literários de Milan Kundera: uma Filosofia da Literatura?
1. Uma História Pessoal da Literatura Na sequência do falecimento de Milan Kundera, assiste-se a uma justa homenagem ao autor referenciando a sua obra literária, sobretudo os romances e até a sua adaptação cinematográfica, como aconteceu com A Insustentável Leveza do Ser, mencionando-se igualmente o olhar atento que lançou sobre o tempo que atravessou e lhe marcou a história pessoal, literária e política.

Ler e escrever o texto do mundo: na teoria literária e em autores cabo-verdianos
Numa obra célebre intitulada As Duas Culturas, o escritor e cientista Charles Snow referiu-se à era moderna e contemporânea caraterizando-a como atravessada pela divisão entre as culturas humanística e tecnocientífica, ou entre as letras e as ciências.

Formação universitária e liberdade académica
As questões relativas ao Ensino Superior têm estado na ordem do dia em Cabo Verde, a propósito da implementação de algumas estruturas de gestão nesta área, no âmbito da regulação do sistema, do Estatuto do Investigador, ou da carreira docente. Por outro lado, ocorreram recentemente as comemorações do dia liberdade e democracia, celebrado em diversas instâncias, tendo esta referências dado origem a esta breve reflexão, que mais não visa do que suscitar a do próprio leitor.
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