Artigos de Silvino de Oliveira Lima no nosso arquivo
Passos a acertar
Os países pequenos e pobres, quando as coisas não vão bem, são evidentemente os mais sofridos, os da pauta dos desafortunados quando o ambiente já é de densa crise.
Um exercício de passagem de ano
Continua a sombra na passagem de ano, não indicando os sinais a vez de retornar aos lares a alegria da época, não dando trégua a pandemia na sua sanha destruidora de vidas e economias.
Meandros duma transição
Ano corre outubro passa, a história do mês que tanto dificultou o pão-de-cada-dia ao cabo-verdiano já não mete medo – transmuda generoso no chão das ilhas o quadro das estiagens: foco no céu virado para o mar; espetro de razia humana desfeito; opróbrio de barriga inchada feito sumiço; reencontrado sorriso perdido no disforme de rostos.
Quando a unidade pode transformar sonho em realidade
Hoje, talvez devido à pressão crescente sentida na labuta do dia-a-dia, o relato de sonho que mais se escuta já não é o que vem do subconsciente caótico singular estéril; mais se escuta é o que realmente permite jogar com o tempo escavando profundo nos acervos da imensidão do campo social afim-de descobrir as bengalas mais apropriadas para `escalar montanha´, no pico a presunção do desejo consumado, tanto mais elevado quanto partilhado, um país inteiro, que nem possuído de atributo de santo nem de bojão divino, podendo até fazer milagre.
O País e o desenvolvimento, uma pista a explorar
Nos avanços e recuos do escalar da montanha, Cabo Verde, talvez pela necessidade de manter bem acesa a chama da alma e não perca o olimpo da ambição, tanto repete que no desenvolvimento o povo das ilhas é o seu melhor recurso que dizê-lo tornou-se um hábito, ainda que, visto de fora, um despropósito – recurso sujeito um compósito do mesmo processo.
Buraco a tapar na construção do país
Pelo segundo ano consecutivo ainda sem fim à vista a pandemia continua a infernizar o mundo com terríveis perdas humanas e económicas, o que para um país pequeno e arquipelágico nas condições de Cabo Verde – soberania em afirmação, míngua de recursos, exposição à violência de fenómenos climáticos, dependência de ajuda externa ao desenvolvimento – obriga a pensar como fazê-lo ressurgir desse grande caos global após sofrer anos de retrocesso.
O refazer-se do tombo pandémico e a preparação para novos combates
A pandemia já dura ano com a sua perversidade a destruir vida e economia, longe ainda a dissipação do apagão da longa travessia, a nova normalidade que não se prevê fácil para os muitos e muitos combates a fenómenos que disturbam o mundo.
A ciência sob aplauso de fracos e poderosos
O 2020 custou muito a dobrar, ano que por todo o chão planetário foi deixando para trás e para a história um gigantesco e arrepiante quadro de destruição como há muito já não se via: vidas apagadas aos muitos e muitos milhares; economias colapsadas ou intensamente abaladas até ao mais profundo dos seus alicerces; dinâmicas de progresso virado retrocesso; grandes sonhos tornados pequenos, ou até mesmo sonhos nenhuns; esperanças congeladas no tempo, sequer sem um fim à vista.
Uma solução ou extravagância
O mês de Setembro deixou o campo coberto de verde e agora, mesmo que venha a falhar a chuva de Outubro, percebe-se que a dupla pandemia-seca começa a ceder na frente climática e aliviar o sufoco que foi longe demais a massacrar e a espraiar o infortúnio por estas ilhas.
Ajustar sonhos às circunstâncias
Já não era fácil governar este palco de desiguais num mundo em transformação que acelera a concentração do poder e o alargamento do campo da pobreza, mormente agora que de forma clara e objetiva a pandemia veio revelar, para contrapor ao posicionamento egoísta de poderosos interesses, que a crise global é séria e como tal deve ser enfrentada de forma séria e global ou os piores cenários não se afastam para salvar o planeta, as economias, o ambiente, acima de tudo, a vida e a saúde dos povos.
Cabo Verde: ruído e construção
No seguinte enfoque sobre a construção do país no decurso destas mais de quatro décadas de regime soberano, a opção pelo título, «ruído e construção», independentemente do modo como sua pertinência se possa julgar, surge de forma natural visando aspectos que exigem cuidado especial para acautelar, eventualmente, o peso indesejável de seus impactos.
Cabo Verde: Questões de mobilidade
A descontinuidade territorial que fez deste pequeno estado do atlântico um arquipélago de dez ilhas perfila-se como um dos maiores obstáculos na secular luta que condicionou, e continua ainda a condicionar, o colectivo das populações no acesso a meios de subsistência e mínimos aceitáveis de condições de vida.
Santo Antão: foco na estratégia
Decorridos mais de quatro décadas de experiência pós-colonial a investir em Santo Antão, uma avaliação de percurso já se justifica, para perceber até que medida os capitais investidos estão a ter o impacto desejado na realização das legítimas expectativas das populações e na construção do edifício do futuro.
Santo Antão: Foco nos factores estratégicos
A organização, ou o arrumar da casa, como frequentemente se ouve dizer, é facto que sempre nos desafia em miríade de circunstâncias, desde simples caso de alojamento de uma família, até caso de território para acolhimento de uma população, obviamente, já envolvendo muito maior grau de dificuldade, seja na acção de o arrumar e mantê-lo arrumado, seja na adequação ao desejo de alcançar efectivas melhorias nas condições de vida.
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