Artigos sobre Boletim de Propaganda
O Manuscrito na Garrafa, um livro inconveniente. Daniel Filipe nos Serviços de Censura do Estado Novo
Menino nascido na orela d’ mar, o poeta e novelista Daniel Filipe tem a reminiscência e os sons do mar das ilhas de Cabo Verde, talvez porque retirado dessa realidade muito cedo na sua infância. Os títulos dos seus livros assim o atestam – Missiva (1946), Marinheiro em Terra (1949), O Viageiro Solitário (1951), Recado para a Amiga Distante (1956), A Ilha e a Solidão (Prémio Camilo Pessanha sob o pseudónimo Raymundo Soares, 1957), O Manuscrito na Garrafa (novela proibida pela Censura, 1960), A Invenção do Amor e Outros Poemas (1961), Pátria, Lugar de Exílio (1963, livro de poesia proibido em 1972).
Breve nota de apresentação de Cabo Verde e S. Tomé e Príncipe: Esquema de uma Evolução Conjunta
Breve Nota de Apresentação «A doutrina segundo a qual o contacto das culturas negras com as europeias provoca o aparecimento de uma civilização nova baseia-se na ideia de que toda a civilização vive de empréstimos. E, daí, infere-se que a colonização, pondo em contacto duas civilizações diferentes, levará a civilização indígena a tomar elementos culturais à civilização do colonizador e que resultará desse casamento uma civilização nova, uma civilização mestiça. O erro de tal doutrina está em que ela repousa sobre a ilusão de que a colonização é um contacto de culturas como qualquer outro contacto e que nela todos os empréstimos se equivalem. A verdade é outra: o empréstimo só é válido quando ele é reequilibrado por um estado interior que o solicite e que em definitivo o integre no sujeito, o qual sujeito, assimilando esse elemento emprestado, o torna seu»
[Re]cortes no Tempo: Centenário do nascimento do Professor Guilherme Chantre
Guilherme Dias Chantre nasceu em Chã de Pedras, na ilha de Santo Antão, no dia 25 de junho de 1922.¹
[Re]cortes no Tempo : De Guadalupe a Cabo Verde via Paris
Tal como na ilha de Guadalupe nas Caraíbas, nas ilhas de Cabo Verde poetas e ensaístas não se quedaram indiferentes às práticas assimiladoras da escola colonial.
Corsino António Fortes (1933-2015)
− Uma homenagem singela na passagem do quinto aniversário da sua morte –
Espaços com história VI
Percorro quase todo o edifício. Salas de aulas, amplas umas, pequenas outras, a evidenciar o aperto em que vive a colmeia, todas, porém bem arejadas e limpas – sobretudo limpas. Paredes sem «malcriadices». Carteiras sem borrões.... (…).
Porto Memória : Simão Salvador, marinheiro de Penha de França, em BD
Simão Manuel Alves Juliano, natural da Penha de França, Concelho da Ribeira Grande, ilha de Santo Antão, filho de Manuel Alves Juliano e de Ana dos Santos Pedrinho, conhecido como Simão Salvador o intrépido marinheiro, é, a partir de agora, história em quadradinhos por Gildaris Pandim (roteiro) e Alex Sander (arte), uma edição da Embaixada do Brasil em Cabo Verde.
Espaços com história V
O nome de Augusto Vera-Cruz tinha sido apagado [após a independência] da respectiva rua¹, desde a igreja paroquial até à Rua de Camões também esta desbatizada.
Espaços com história IV
Não contávamos com arquitectos como Licínio Cruz e o jovem Óscar Niemeyer, mas tínhamos o projectista Luís Mello, o engenheiro Tito Esteves e os mestres Armando Barros, Tito Barros e Manuel ‘Nené d’Antão’ Fortes e beneficiávamos de trabalhadores que se entregaram de corpo e alma à acção para nos deixarem as marmorites que fazem do Liceu [da Praia], mais do que um simples espaço de estudo, uma obra de referência da cidade. Jorge Carlos Fonseca¹
Espaços com história III
Tu moras no sobrado que dá para o largo e vais até à Praça mais as tuas amigas enquanto a banda toca peças estafadas. O moço Poeta que de ti se enamorou um dia de-repente fugiu como uma sombra. António Nunes1
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