Artigos de Mário Silva no nosso arquivo
Março e o chefe de família que não quer partir
Março deixou-nos, discretamente, depois de comemorações que colocaram a mulher no primeiro plano das notícias e discussões. Até ao próximo ano querido Março, na expectativa de inovações nas comemorações e arejamento nos discursos, sob pena de se instalar a sensação de mais do mesmo, ou seja, não vale a pena irmos escutar quase sempre as mesmas pessoas e os mesmos dizeres.
Mais de duas décadas à espera do voto electrónico – Tristi gó!
Parece ser sina histórica do cabo-verdiano lançar ideias para o ar, discursar, projectar, fazer normas e, depois, dormir tranquilamente. Nada melhor do que uma boa ideia, um vibrante e mobilizador discurso para arrancar palmas sonoras; nada mais gratificante do que apresentar um bom projecto e receber felicitações; nada mais moderno do que fazer leis, que deixam os estrangeiros rendidos à nossa capacidade criativa.
O beco político-eleitoral da Ucid tem saída?
Sempre tive um olhar cândido sobre a União Cabo-verdiana Independente e Democrática (UCID), provavelmente por ser o primeiro partido político do pós-independência, ter surgido na emigração e desenvolvido com denodo a sua actividade de oposição ao partido único, nas circunstâncias difíceis de então.
Antónia Pusich – uma mulher invulgar
A primeira vez que vi a imagem de Antónia Pusich foi na Biblioteca Municipal da Ribeira Brava, ao lado de fotos de grandes nomes culturais da Ilha de São Nicolau. Muito pouco se escreveu sobre esta mulher e a curiosidade em conhecê-la acompanhou-me ao longo destes anos.
O Tribunal Constitucional e a Mesa da Assembleia Municipal
Se um dia organizar uma colectânea das grandes decisões do Tribunal Constitucional (TC), os Acórdãos sobre as divergências jurídicas na eleição dos membros das mesas das assembleias municipais de São Vicente e da Boa Vista têm aí o seu lugar assegurado.
As sete vidas do Estatuto dos Municípios
Comemora-se no dia 15 de Dezembro deste ano o trigésimo aniversário da realização das primeiras eleições municipais gerais, realizadas após as legislativas e presidenciais desse ano histórico de 1991. Não deixa de ser irónico que as municipais estavam previstas para 1990, mas foram adiadas, com o argumento oficial de que nesse ano, o País tinha que realizar as legislativas e não estava preparado por fazer duas eleições num ano. E acabou por realizar três, com naturalidade.
Carlos Veiga e o Esplendor do Direito, da Justiça e da Política
Estava no Liceu Domingos Ramos, nos finais dos anos setenta, quando passou um carro branco e alguém apontou para o condutor, esclarecendo-me que era o Procurador-Geral da República, um jurista muito competente e respeitado, de seu nome Carlos Veiga.
A paridade e a parte do leão do poder municipal
Realizadas as eleições municipais é tempo de se começar a reflectir sobre a paridade, para lá do tradicional balanço positivo. Orgulho-me de pertencer a um grupo de pessoas que colocou na agenda constitucional e legal, nos finais dos anos noventa, a igualdade entre homens e mulheres, especificamente no que tange ao exercício de cargos políticos, tendo sido então resolvidos os problemas de constitucionalidade levantados no debate que se travou nalguns países europeus.
O Regime de Partido Único segundo José Tomaz Veiga - II
José Tomaz Veiga classificou e analisou no seu livro as principais crises do regime em cinco momentos: a) as prisões arbitrárias e tortura em São Vicente, no ano de 1977; b) o golpe de Estado na Guiné-Bissau, em 1980; c) a reforma agrária em Santo Antão em Agosto de 1981; d) a queda dos regimes comunistas de leste em 1989; e) a inesperada e imprevista irrupção do Movimento para a Democracia em 1990.
O Regime de Partido Único segundo José Tomaz Veiga - I
A «Democracia Nacional Revolucionária» – O Projecto Totalitário do PAIGC-CV – Cabo Verde 1975-1990, livro de José Tomaz Veiga, recentemente editado pela Livraria Pedro Cardoso, constitui um clássico, no verdadeiro sentido da palavra.
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