Artigos sobre Jonuel Gonçalves
Economias africanas entre as que mais vão crescer a nível mundial
Níger, Senegal, Costa do Marfim, República Democrática do Congo (RDC) e Ruanda vão ser as locomotivas da economia do continente. Dois documentos: um relatório da UNECA e um Outlook do BAD estimam que os países africanos dominem as 10 economias com maior crescimento do mundo em 2024. Economistas ouvidos pelo Expresso das Ilhas recomendam cautela na análise dos dados.
Campanha morna, desequilibrada e com vícios, dizem analistas angolanos
Entre “morna” e “com vícios”, passando por “desequilibrada”, é a classificação que analistas dão à forma como está a decorrer a campanha para as eleições em 24 de Agosto em Angola.
Muita discussão e ainda pouca acção
As economias africanas foram destroçadas pela crise económica provocada pela Covid-19, como é exemplo Cabo Verde que viu esfumar-se 15% da riqueza nacional, a segunda maior queda da África subsaariana. Este ano, já se começa a ver uma pequena luz ao fundo do túnel, mas as perspectivas de futuro estão ainda embrulhadas num grande ponto de interrogação. Entre as questões que precisam de ser respondidas há uma que sobressai: como se vai financiar a recuperação, principalmente das economias mais fracas.
A reconversão que luta contra as alterações climáticas
Quando um governo precisa de direccionar grande parte dos recursos para a melhoria dos padrões básicos de vida, como acontece com a maioria dos países em desenvolvimento, alguma degradação ambiental é inevitável. As trocas de dívida por natureza são mecanismos financeiros que permitem que partes da dívida externa de um país em desenvolvimento sejam perdoadas, em troca de compromissos de investimento na conservação da biodiversidade e medidas de política ambiental. A crise financeira global, devido à pandemia da COVID-19, cria uma oportunidade única para a reestruturação da dívida pondo o foco na preservação ambiental e na resiliência climática.
Crescimento de um dígito não é suficiente
Pareciam peças de dominó a cair, uma após a outra. Depois do primeiro caso detectado em Cabo Verde, a 19 de Março do ano passado, seguiram-se, em cadeia, os restantes PALOP: Angola, dia 21 de Março, Moçambique, dia 22 de Março, Guiné-Bissau, dia 25 de Março e São Tomé e Príncipe, dia 6 de Abril. Os países fecharam. Enquanto subia o número de infectados, caiam as economias. Uma crise sem precedentes que começa agora, diz o FMI, a ver uma luz no fundo do túnel. Mas ainda longe de iluminar o futuro.
Jonuel Gonçalves: “Nos países que ficarem para trás, o tsunami económico é quase inevitável”
Para o economista e professor universitário Jonuel Gonçalves, a primeira conclusão a tirar é a total despreparação do planeta para catástrofes deste género. Por outro lado, o especialista em relações internacionais, realça o uso político que foi feito da pandemia, entre grandes potências, que a transformaram num factor geopolítico.
A resposta à crise e o futuro da economia
Os próximos tempos vão evoluir de acordo com uma simples premissa: com Covid ou sem Covid. A evolução da economia dependerá do ressurgimento, ou não, da pandemia. No relatório mensal de Junho, a OCDE avança dois cenários. Se os contágios regressarem, a economia mundial pode ter uma contração de 7,6%, se as infecções continuarem contidas, a perda será de 6%. Cabo Verde não foge ao panorama global, o PIB, segundo a Fitch, pode ter uma queda de 14% e a dívida pública vai disparar, segundo o ministro das finanças, para os 150%. Para uma análise ao presente e uma, difícil, projecção do futuro, o Expresso das Ilhas falou com os economistas Carlos Burgo, João Estêvão e Jonuel Gonçalves.
"Com a crise, descobrimos que os políticos e os banqueiros são uns incompetentes"
É economista, professor universitário, escritor e jornalista. Nasceu em Angola, mas hoje é um nómada com paragens no Brasil e em Portugal. Não tem em grande conta os decisores financeiros – sejam públicos, sejam privados – e apesar da solidariedade Sul/Sul ser algo muito bonito na teoria, na prática, diz, quando as coisas dão para o torto é o: “salve-se quem puder”. Jonuel Gonçalves vai viver em Cabo Verde nos próximos meses para escrever uma história económica de Angola, “em sossego”. Entretanto, editou recentemente o livro Do Capitão Gonçalves Zarco ao Capitão Jair Bolsonaro: Movimentos Pendulares de Economia e Poder no Atlântico Sul. É esta obra que dá o mote à conversa, mas a entrevista aborda muitos outros temas.
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